Demora em obras de revitalização da antiga rodoviária é investigada
Denunciantes alegam que no local poucos operários são vistos dando seguimento às reformas
Obra que nunca acaba é alvo de investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Inquérito civil apura possíveis irregularidades na execução do projeto de revitalização do Complexo da Antiga Rodoviária de Campo Grande, oficialmente denominado Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu.
RESUMO
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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga possíveis irregularidades nas obras de revitalização do Complexo da Antiga Rodoviária de Campo Grande. A 31ª Promotoria de Justiça instaurou um inquérito civil após denúncias de atrasos, aditivos contratuais e falta de transparência. O contrato, inicialmente de R$ 16,5 milhões, já foi reajustado para R$ 18,5 milhões, com a obra prorrogada até dezembro deste ano. A investigação também levanta preocupações com a segurança pública, devido à alta criminalidade na região, e com o impacto social, já que o local abriga pessoas em situação de vulnerabilidade. A obra, que deverá abrigar a Sesdes e a Funsat, está 47,05% concluída financeiramente, mas o estágio físico não reflete esse percentual. O MPMS solicitou documentos e determinou a publicação de edital para esclarecimentos adicionais.
A medida foi tomada por meio da 31ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de Campo Grande após receber sucessivas denúncias de atrasos, novos aditivos contratuais e falta de transparência por parte da administração municipal.
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Segundo o promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, a investigação destaca preocupações com a segurança pública e o impacto social da obra, localizada em uma região central marcada pela presença de pessoas em situação de vulnerabilidade.
A obra, iniciada em junho de 2022, com prazo contratual de 360 dias, já passou por diversas prorrogações. O contrato original, firmado com a empresa responsável por meio da concorrência, tinha valor inicial de R$ 16,5 milhões, mas já foi aditivado para R$ 18,5 milhões.
Conforme informado em reportagem do Campo Grande News, em julho, a entrega da obra da antiga rodoviária foi prorrogada por mais 5 meses, com um novo aditivo que tem validade até 26 de dezembro deste ano.
A denúncia feita ao Ministério Público aponta também a baixa presença de operários no canteiro de obras, o que levanta dúvidas sobre a capacidade de cumprir o novo cronograma.
O denunciante solicitou ao MPMS a fiscalização in loco e esclarecimentos sobre a data exata de entrega, ressaltando que foram prometidos benefícios ao comércio local e aos moradores do bairro Amambaí.
De acordo com o Ministério Público foi solicitado para o município cópia integral do procedimento licitatório e do contrato, além de documentos complementares.
Também determinou a publicação de edital no Diário Oficial para que terceiros interessados possam apresentar informações.
Segundo relatório técnico da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), a obra está financeiramente 47,05% concluída, embora esse percentual não reflita o estágio físico dos trabalhos.
A Antiga Rodoviária está localizada entre as ruas Dom Aquino, Barão do Rio Branco, Vasconcelos Fernandes e Joaquim Nabuco.
Após a conclusão da obra, o prédio deverá abrigar a Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) e a Funsat (Fundação Social do Trabalho).
A revitalização contempla as áreas públicas dos dois pavimentos do edifício, que somam 5,1 mil metros quadrados, além da construção de 1.070,28 m² distribuídos em dois andares.
Criminalidade na região - Dados da Polícia Militar mostram que, só na região da antiga rodoviária, entre maio de 2024 e maio de 2025, foram registradas 9 ocorrências de receptação, 53 furtos, 21 ocorrências de tráfico de drogas e 68 prisões.
Esses números escancaram a engrenagem do crime: usuários de drogas, em busca de dinheiro rápido, furtam objetos de pequeno valor no entorno, como fios, ferramentas e eletrodomésticos.