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Capital

Jovem que teve corpo queimado foi expulso de casa por usar drogas

Aline dos Santos e Fernando da Mata | 12/03/2012 12:13

“Nessa hora, o amor fala mais alto. Disse para ele que Deus deu mais uma oportunidade de vida”,diz pai

No terreno baldio, ficaram as marcas do fogo, usado na tentativa de homicídio. (Foto: Marlon Ganassin)
No terreno baldio, ficaram as marcas do fogo, usado na tentativa de homicídio. (Foto: Marlon Ganassin)

Internado na Santa Casa de Campo Grande com 50% do corpo queimado, Levi da Costa, de 22 anos, é mais um retrato do efeito devastador das drogas. O pai do rapaz conta que o vício começou na adolescência e foi se agravando, até, chegar ao extremo de tê-lo que expulsar de casa.

“Eu falei que enquanto tivesse nessa situação, eu não ia aceitar que ele ficasse dentro de casa. Aí, ele saiu”, conta o homem de 60 anos, sobre a cena transcorrida em 2007.

O pai conta que tomou a decisão por medo. “Tem tanto drogado que mata pai, mãe”, justifica. Desde então, Levi ia ver a família, no bairro Zé Pereira, de forma esporádica. A última visita foi no ano passado. “Reparei que ele tava com o cabelo grande e disse que não aceitava aquilo”, relata.

No sábado, foi a vez do pai procurar o filho. “Nessa hora, o amor fala mais alto. Disse para ele que Deus deu mais uma oportunidade de vida”, conta. O jovem foi adotado em Corumbá quando tinha dois anos.

O casal não tinha filhos. “Sempre falei pra ele que tinha que ser alguém na vida. Ele foi rejeitado por pai e mãe, no futuro, tinha que mostrar para eles que estava bem”, afirma o senhor.

O pai não sabe ao certo quando o garoto trabalhador, boa pessoa e com facilidade para fazer amigos se tornou usuário de drogas. “Descobri quando ele tinha 18 anos, tava no quartel”, recorda.

Segundo ele, o rapaz não chegava a furtar dinheiro ou objetos de valor da família, prática bastante comum entre os usuários de droga.

“Ele fazia tudo na rua”. Um dos indicativos da mudança de comportamento foi quando arrumou justificativa para sair de casa todas as noites. “Disse que ia trabalhar de dia e estudar a noite. Mas, na época, ele nem precisava trabalha”.

Agora, o pai espera que o filho se recupere e volte para casa.

Grave – Levi, que teve 50% do corpo queimado em uma tentativa de homicídio, está em estado grave, mas estável. Ele sofreu queimaduras de segundo grau, espalhadas, principalmente, pela genitália, peito e cabeça.

Com dificuldades para falar, ele disse somente que não é morador de rua e confirmou ser usuário de drogas.

O jovem foi encontrado caminhando pela rua Albatroz, no bairro Nascente do Segredo. Ele relatou que foi amarrado a uma árvore em um terreno baldio e, depois, teve o corpo incendiado. Aparentemente, ele dormia no local. Uma espécie de tapume fazia as vezes de cama.

A informação inicial é de que ele foi agredido por três homens e uma mulher que chegaram ao local em duas motocicletas. Nesta segunda-feira, o delegado Weber Luciano Medeiros foi ao hospital para ouvir a vítima. Levi relatou somente que levou uma pancada na cabeça e não lembrava de mais nada.

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