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Capital

Juiz dá bronca em defesa de Name e diz que julgamento pode ser à revelia

Jamil Name é apontado como mandante de assassinato de universitário, por engano

Aline dos Santos | 28/07/2020 09:25

A Justiça manteve para amanhã o interrogatório do empresário Jamil Name, 81 anos, no processo sobre a execução do universitário Matheus Coutinho Xavier. Mas também deu uma bronca na defesa, que havia solicitado adiamento e avisou, que em caso de insistência, o julgamento será à revelia, ou sejam, sem o réu ser ouvido.

“Caso a defesa técnica de Jamil Name continue a insistir novamente (terceira vez) na redesignacão do ato poderá ser tido como revel por não aproveitar a oportunidade ora dada porquanto revelará que não estará muito interessado em ser ouvido em juízo sobre os fatos imputados na denúncia”, afirma o juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.

Quando o ato é considerado revel, o processo segue para alegações finais sem que o réu seja ouvido, pois não aproveitou a chance dada pela Justiça.

A defesa de Jamil Name alegou que não conseguiu manter contato com o preso, que está na penitenciária federal de Mossoró (Rio Grande do Norte); o risco do advogado levar novo coronavírus para o presídio (que fica a 3.255 km de Campo Grande e a viagem exige passagem por pelo menos dois aeroporto); além  da sequencia de  13 audiências que o réu deverá  participar entre setembro e outubro.

Matheus Xavier foi morto por engano em abril do ano passado. (Foto: Reprodução/Facebook) 
Matheus Xavier foi morto por engano em abril do ano passado. (Foto: Reprodução/Facebook)

Jamil Name será interrogado às 13h30 de amanhã por videoconferência. Na sequência, às 16h, será ouvido Jamil Name Filho. Segundo o magistrado, será garantida a ampla defesa.

“Logo, este acusado terá tempo suficiente para a entrevista prévia e reservada com seus advogados, podendo na hora do fato este juízo flexibilizar ainda mais tal horário conforme as circunstâncias para garantir-lhe o direito de ampla defesa”, afirma o juiz.

Nesta terça-feira, o advogado Thiago Bunning disse que ainda não tomou ciência da decisão, mas que a intenção não é adiar qualquer ato do processo.

 “Apenas conseguir ter o efetivo contato entre defesa e assistido, o que não está sendo possível. Provavelmente, pediremos tempo para falar com ele antes da audiência. São muitos processos e, além de idoso,  ele está com a saúde física e mental demasiadamente debilitada. Na maioria das vezes, nem sabe qual é a audiência do dia”, afirma o advogado.

Apontados como mandantes, Name e o filho são réus pela execução do universitário de 20 anos, morto por engano em abril do ano passado. A ação é desdobramento da operação Omertá.  Neste ano, Jamil Name tem 34 audiências.

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