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Capital

Juiz divide em dois dias julgamento de 5 réus do "Tribunal do Crime" do PCC

Cinco integrantes do PCC serão julgados pelo sequestro, morte e decapitação de John Hudson Marques, tido como traidor pela facção

Silvia Frias | 11/01/2020 11:45
John Hudson foi acusado pelo PCC de se envolver com facção rival, o Comando Vermelho (Foto/Reprodução)
John Hudson foi acusado pelo PCC de se envolver com facção rival, o Comando Vermelho (Foto/Reprodução)

Julgamento com cinco réus que participaram do “Tribunal do Crime” e que deve durar cerca de 15 horas, será desmembrado e dividido em dois dias, em fevereiro. O grupo é acusado de envolvimento no sequestro, morte e decapitação de John Hudson dos Santos Marques, o “John John”, tido como traidor do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O desmembramento da sessão foi determinado pelo juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluizio Pereira dos Santos, em despacho do último dia 10. No documento, ele designa 12 e 13 de feveireiro para sessão de julgamento, sendo dividida para formação do corpo de jurados, leitura da denúncia e outros atos da instrução e, no dia seguinte, debates da defesa e acusação, votação e sentença.

Inicialmente, o julgamento estava previsto para dia 29 de novembro, conforme determinação datada de 15 de outubro de 2018.

Porém, uma semana depois, portaria do TJ (Tribunal de Justiça de MS) determinou que a prestação de contas dos julgamentos deveria ser encaminhada até dia 29, o que, segundo o juiz, seria tempo inábil para envio dos dados.

"Consta ainda que se forem prestadas as contas após a referida data estarão sujeitas a glosa do valor e às vezes de este Magistrado ter que pagá-las”, avaliou o juiz. Por isso, no dia 26 de novembro, três dias antes do julgamento, a sessão foi adiada, sendo discriminada em despacho de janeiro. Além do custo, o juiz avaliou que com cinco réus, o júri duraria cerca de 15 horas, cansando os jurados.

Vítima em fotos tiradas no Rio de Janeiro, em que fazia sinal de "V", que seria marca do Comando Vermelho (Foto/Reprodução)
Vítima em fotos tiradas no Rio de Janeiro, em que fazia sinal de "V", que seria marca do Comando Vermelho (Foto/Reprodução)

O crime – sete pessoas foram denunciadas pelo crime: Gabriel Rondon da Silva, 22 anos, “Biel” ou “BMW”; Maycon Ferreira dos Santos, 31 anos, o “De Menor”; Tiago Rodrigues de Souza, 37 anos, conhecido como “Neguinho”, “Botucatu” ou “Sawary”; Elionai Oliveira Emiliano, 28 anos, o “Nai” ou “Nay”; Leonardo Caio dos Santos Costa, 32 anos, “Apolo”; Wellington Felipe dos Santos Silva, 24 anos, o “Piranha” e Mackson Ferreira dos Santos, 29 anos, “Dentinho” ou “Bugue”.

Consta na denúncia que, no dia 13 de fevereiro de 2018, “John John” foi sequestrado por Gabriel, Tiago, Wellington e Leonardo e levado para um barraco no bairro Mário Covas que pertencia a Mackson, irmão de Maycon.

“John John” era acusado de envolvimento com o CV (Comando Vermelho), crime em que a sentença recorrente é a morte. Não foi diferente no caso, que teve deliberação em “conferências” por telefone com lideranças do PCC. Contra ele, pesavam evidências como fotos em que fazia sinal de V com a mão, em viagem ao Rio de Janeiro, marca da facção fluminense.

Na noite de 14 de fevereiro, “John John” foi levado a estrada vicinal, na saída para Terenos, na BR-262. Foi morto com dois tiros na cabeça, desferidos por Gabriel Rondon e Tiago Rodrigues. Elionai, usando faca fornecida por Maycon, decapitou “John John”. Wellington teria filmado toda a ação, supervisionada por Leonardo.

Os integrantes do “Tribunal do Crime” foram identificados no decorrer do processo, presos entre os meses de abril e junho de 2018, sendo que dois deles, Wellington Felipe dos Santos Silva, 24 anos, o “Piranha” e Mackson Ferreira dos Santos, 29 anos, “Dentinho” ou “Bugue” já foram julgados no dia 11 de setembro de 2019: Wellington foi condenado a 17 anos de prisão e Mackson foi absolvido em julgamento.

A defesa dos réus pedia pela impronúncia, ou seja, que não fossem levados a julgamento ou absolvição sumária, já que Elionai teria assumido a culpa do crime. Segundo consta nas argumentações, ele teria discutido com “John John”. Os dois, acompanhados de Maycon, foram até a estrada vicinal, onde Elionai atirou e decapitou a vítima, sem consentimento de Maycon.

Barraco no bairro Mário Covas, onde aconteceu o "Tribunal do Crime (Foto/Reprodução)
Barraco no bairro Mário Covas, onde aconteceu o "Tribunal do Crime (Foto/Reprodução)
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