ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Juiz proíbe "Grafite Legal" contra pichação para manter escola histórica

Alan Diógenes | 23/05/2015 09:05
Decisão impede o Estado de promover qualquer mudança nas características originais da escola. (Foto: Marcelo Calazans)
Decisão impede o Estado de promover qualquer mudança nas características originais da escola. (Foto: Marcelo Calazans)
Moradora acredita que reunião deveria ter sido feita com direção e alunos antes da decisão. (Foto: Marcelo Calazans)
Moradora acredita que reunião deveria ter sido feita com direção e alunos antes da decisão. (Foto: Marcelo Calazans)
Renata disse que decisão irá conter pichações. (Foto: Marcelo Calazans)
Renata disse que decisão irá conter pichações. (Foto: Marcelo Calazans)

O TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) deferiu liminar proibindo qualquer reforma ou alteração da estrutura ou pintura da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado, em Campo Grande. A decisão surgiu após profissionais da área de arquitetura tentar impedir que um projeto de grafitagem atuasse no centro de ensino para evitar as pichações que constantemente acontecem nos muros.

O projeto “Grafite Legal” da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul havia sido criado em fevereiro de 2014. Na época, houve grande preocupação e mobilização da sociedade em geral, inclusive do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) que procuraram o MPE (Ministério Público Estadual) para impedir que o muro da escola fosse grafitado.

A decisão foi do juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos e Coletivos, a pedido da promotora de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural, Luz Marina Borges Maciel Pinheiro. Desta forma, o Estado está proibido de destruir, demolir, mutilar, transformar ou inserir no muro da escola qualquer tipo de pintura ou outra manifestação artística, promovendo apenas a manutenção da pintura atual, sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 50 mil.

Conforme a promotora Luz Marina, a eventual inserção da técnica de grafite, além de ferir a imutabilidade que protege todo e qualquer imóvel transformado em patrimônio histórico e cultural, geraria uma competição visual entre o bem tombado, que já possui um valor reconhecido e protegido e a grafitagem, que é outra manifestação artística totalmente diferente.

Para a moradora da região, Tereza Leite de Oliveira, 30 anos, uma reunião deveria ter sido feita com a direção e alunos da escola, antes de ser tomada a decisão. “Entendo que os grafites tirariam as características originais da escola, mas também entendo que os alunos precisam expressar seu conhecimento através da arte, como o grafite”, explicou.

Já a auxiliar administrativa Renata Carolina da Silva Souza, 21, que cuida de um hostel em frente à escola, a decisão é importante para impedir a ação de pichadores. “Acho muito importante isso, porque segura um pouco as pichações. Desde quanto entrei aqui, há dois anos, existe esse problema de pichação devido à grande aglomeração de vândalos na Orla Morena”, destacou.

O comerciante Célio Brito, 45, concorda com o argumento de Renata. “Os grafites deixam a escola com outra cara, acho horrível. Logo, logo o projeto viraria bagunça a molecada iria começar a pichar novamente. Concordo com a decisão da Justiça plenamente”, mencionou.

História - A Maria Constança de Barros Machado fica na Rua Marechal Cândido Mariano Rondon, 458, Bairro Amambai, na Capital. A escola foi tombada como patrimônio da cidade em 1997, pelo reconhecimento de sua importância histórico-cultural para Mato Grosso do Sul, já que seu projeto, concebido na década de 50, é obra do mundialmente conhecido arquiteto Oscar Niemayer.

Profissionais de arquitetura não aceitou projeto da Fundação de Cultura que pretendia grafitar muros da escola, tomados por pichações. (Foto: Marcelo Calazans)
Profissionais de arquitetura não aceitou projeto da Fundação de Cultura que pretendia grafitar muros da escola, tomados por pichações. (Foto: Marcelo Calazans)
Nos siga no Google Notícias