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Capital

Justiça dá guarda de filhos a pai que coleciona denúncias de violência doméstica

Por descumprir medida protetiva, Justiça mandou bacharel em direito colocar tornozeleira, mas ele não apareceu

Clayton Neves e Bruna Marques | 11/01/2021 11:18
Momento em que a avó paterna saí do apartamento levando uma das filhas da cabelereira. (Foto: Direto das Ruas)
Momento em que a avó paterna saí do apartamento levando uma das filhas da cabelereira. (Foto: Direto das Ruas)

Mesmo colecionando denúncias de violência doméstica registradas ao longo de 10 anos, bacharel em direito conseguiu na Justiça o direito de ter a guarda dos filhos, uma menina de 5 anos e um menino de 3. Inconformada, a mãe das crianças fez um desabafo nas redes sociais onde lembra, inclusive, que o suspeito descumpriu ordem para colocar tornozeleira depois de descumprir medida protetiva e se aproximar dela.

Aos 36 anos, a cabeleireira conta que foi casada com o ex-marido por cinco anos e que está separada há 4. No entanto, segundo ela, o homem nunca aceitou o fim do relacionamento e a perturba desde então.

Segundo a delegada Fernanda Félix, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), desde 2015 a ex-mulher já registrou 10 boletins de ocorrência contra o suspeito, no entanto, as denúncias contra ele começaram em 2010 com registros da primeira mulher.

“O primeiro B.O da mãe das crianças contra ele foi em setembro de 2015 por lesão corporal e injúria. O último em dezembro de 2020 por descumprimento de medida protetiva”, explica a delegada.

Por frequentemente descumprir decisão de se aproximar da ex, a Justiça determinou que o bacharel em direito colocasse tornozeleira eletrônica. Mesmo assim, ele contrariou a ordem e não se apresentou para fazer a instalação do equipamento.

Guarda dos filhos - Mesmo com o histórico conturbado e de violência, decisão da Justiça concedeu a guarda dos filhos ao suspeito. “No último sábado tocaram a campainha e quando atendi era o oficial de Justiça para levar meus filhos. Não fui avisada, só chegaram e tive de entregar as crianças”, explica a mãe.

Em imagens feitas pela cabeleireira é possível ver os menores chorando, inconformados em serem tirados de casa pela avó paterna e por um oficial.

A mãe acredita que uma fala durante audiência para decidir sobre a guarda pode ter influenciado na decisão da juíza que analisou o caso. “Eu questionei que se para ter paz eu teria que ir embora daqui. Depois disso a juíza deu guarda unilateral por acreditar que eu poderia fugir e levar as crianças. Nem ao menos me ouviu, não quis saber sobre todas as denúncias contra ele”, revela.

Para pedir a guarda dos filhos, o pai ainda alegou que o atual marido da cabeleireira era perigoso, dando como justificativa o episódio em que os dois se desentenderam em uma das tantas tentativa de ele se aproximar da mulher.

Nós tentamos entrar em contato com o bacharel em direito para comentar o caso, mas até o fechamento desta matéria nossas ligações não foram atendidas.



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