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Capital

Líder do PCC flagrado em escuta com ‘sintonias’ de MS é preso em operação

Nove de 31 mandados de prisão foram cumpridos por polícia de Guarulhos (SP), incluindo responsáveis por esquema da facção em comprar drogas e armas no Paraguai grampeados em ligações

Rafael Ribeiro | 15/05/2017 10:56
Michel Barbosa, braço-direito de libanês,
é preso pela polícia paulista: compra e escolta de drogas em MS (Foto: Willian Kury)
Michel Barbosa, braço-direito de libanês, é preso pela polícia paulista: compra e escolta de drogas em MS (Foto: Willian Kury)

Operação desencandeada nesta segunda-feira (15) pela Polícia Civil de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, prendeu um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) já apontado pelo Ministério Público Estadual paulista como um dos negociantes e responsáveis pelo transporte de drogas e armas do Paraguai para a Região Sudeste, flagrado em escutas telefônicas com chefes da facção criminosa detidos em presídios de Mato Grosso do Sul.

‘Disciplina’ do PCC em todo o extremo da zona leste paulistana, ou seja, o responsável por fiscalizar e manter as rédeas da facção na região, o libanês Mohamad Hassan Atris já era alvo de investigações dos ministérios públicos paulista e sul-mato-grossense devido aos grampos em que aparece negociando compra ou repasse, principalmente de maconha, vindos de Campo Grande.

Além do disciplina, os investigadores prenderam também Michel Ferreira Barbosa, seu braço-direito, já identificado pelo MP do Estado como o responsável pelo transporte das drogas. Ele já foi identificado fazendo a escolta de cargas de maconha de Mato Grosso do Sul para São Paulo.


Os dois detidos já acumulam passagens por tráfico internacional de drogas. Serão indiciados agora também por organização criminosa, junto de um nigeriano, de nome não revelado, que também foi apontado pela polícia paulista como um dos negociantes, mas de cocaína.

MP paulista já flagrou libanês preso nesta manhã negociando compra de maconha com presos da Máxima (Foto: Arquivo)
MP paulista já flagrou libanês preso nesta manhã negociando compra de maconha com presos da Máxima (Foto: Arquivo)

Trabalhos – Ao todo, 31 mandatos de prisão foram expedidos pela Justiça de São Paulo após um ano de investigações. Até a conclusão desta reportagem, nove deles haviam sido cumpridos, com Atris e Barbosa detidos em suas casas, onde foram apreendidos quatro quilos de maconha, balanças de precisão e embalagem característica para transporte e venda da droga.

Os outros sete mandatos são de acusados que já estão no sistema penitenciário paulista, os chamados ‘sintonias’, que comandam e organizam o tráfico de dentro de suas celas.

“É um esquema grande, só o processo com as escutas e relatórios de investigação tem 14 volumes e mais de 1.500 páginas”, disse o delegado Fernando Santiago, um dos responsáveis pelas apurações, ao Campo Grande News, por telefone.

“O principal aqui é desmantelar a organização criminosa, o foco principal, desarticulando assim por consequência os crimes acessórios, como o tráfico, que sustentam e abastecem toda a articulação”, completou o delegado.

Apesar de negar que nesse ano de investigações haja indícios da participação de traficantes sul-mato-grossenses neste esquema da facção, as ramificações podem levar a conexões por todo o Brasil.

“Havia investigações paralelas (como as do ministérios públicos) que levam a uma cadeia até internacional do tráfico. Mato Grosso do Sul está na rota de abastecimento deles e mesmo que criminosos locais não integrem o bando, possuem alianças o suficiente para fazer o esquema girar”, concluiu.

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