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Capital

Lojas da construção projetam reação tímida após “desastre” e queda de até 80%

Município flexibilizou restrições e empresas do setor poderão retomar atividades

Jones Mário | 27/03/2020 11:59

Depois de uma semana de portas fechadas aos clientes e quedas de até 80% no faturamento, as lojas de materiais para construção em Campo Grande poderão voltar à atividade na próxima semana, a partir de segunda-feira (30). A medida acompanha flexibilização dada também às obras com até 20 operários, autorizadas a retornar no início da próxima semana.

Proprietário da Alvorada, Edson Luiz operou durante esta semana com 10% de seu quadro de funcionários e explorou apenas as encomendas por telefone. O lojista registrou movimento equivalente a 20% da habitual em dias normais, puxado por compras para pequenos reparos nas casas e comércios de quem precisou ficar isolado para frear a disseminação do novo coronavírus.

“Isso não pode perdurar mais, porque é um desastre pro nosso negócio”, disparou Luiz, que prevê retomada tímida no fluxo de clientes a partir de semana que vem. Ele pretende voltar com cerca de 60% do efetivo da loja e estima faturamento 30% inferior, se comparado com dias de movimento regular.

“Já ameniza muito pra gente, mas entendo que o cliente também não vai sair com muita voracidade às compras. Não vai querer sair, se expor. Há um receio muito forte, todo mundo está meio assustado e o negócio é aguardar para ver o que vai acontecer”, continuou.

Atento às recomendações decretadas pela prefeitura, o lojista já providenciou álcool em gel e máscaras para equipe e consumidores. Os funcionários em grupo de risco, como idosos e pessoas com doenças cardíacas e respiratórias, foram dispensados.

O município ainda pede distanciamento de pelo menos 1,5 metro entre clientes nos estabelecimentos, limpeza constante e protocolo para evitar grandes aglomerações.

Nos canteiros - Do lado dos pequenos construtores, a expectativa é pela retomada de 5 mil empregos diretos a partir de segunda-feira (30).

Segundo o presidente da Acomasul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), Adão Castilho, em torno de 800 empresas de menor porte da construção civil serão beneficiadas pela flexibilização nas medidas restritivas impostas ao setor por causa do novo coronavírus.

“Quem movimenta as lojas são os pequenos empresários. Nós pensamos na vida, mas também no pai de família, no convívio social”, disse.

Castilho reforçou a fala de Edson Luiz e garantiu que a construção civil não suporta ficar mais tempo parada.

“A pressão foi grande Nosso setor é uma cadeia. Os funcionários se preocupam com emprego, o patrão tem prejuízo, porque tem material locado na obra, tem produto perecível armazenado, prazo para entregar a obra”, destaca.

Por decreto, os canteiros de obras precisam seguir notas técnicas expedidas pelo Ministério Público do Trabalho e recomendações da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção).

Entre as normas estão fornecer lavatórios com água e sabão, além de álcool 70%; avaliar adoção de turnos diferenciados para evitar aglomerações; limpar ferramentas, máquinas e equipamentos manuais antes e durante o serviço, e esterilizar grandes superfícies. Confira as regras:

Lojas da construção projetam reação tímida após “desastre” e queda de até 80%
(Infográfico: Thiago Mendes)


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