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Capital

Longe da Apae, alunos com deficiência mostram que o tatame não é o limite

Mariana Lopes | 08/11/2013 10:07
(Foto: Cleber Gellio)
(Foto: Cleber Gellio)

Foco e determinação. Essas são as duas palavras chaves que os alunos da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) levam como lema para alcançarem um bom desempenho nos treinos de muay thai.

Longe de onde costumam fazer as atividades diárias, eles provam que o tatame não é o limite e que podem ir muito além de socos e chutes. Mas foi na paixão pelo esporte que descobriram como superar qualquer dificuldade.

Ao total, são 62 alunos com deficiência intelectual que participam do projeto “Muay Thai Alternate” e que nesta semana treinaram na academia Chute Boxe. Segundo o professor de Educação Física e treinador Eric Montenegro, 32 anos, o esporte agrega valores e ajuda ainda a controlar o emocional deles.

“Contém a ansiedade, melhora a autoestima, diminui a agressividade, aguça a atenção, ajuda na perda de gordura, além de trabalhar muito a coordenação motora”, descreve Eric.

(Foto: Cleber Gellio)
(Foto: Cleber Gellio)

O projeto começou no início de 2012, e durante o primeiro ano inteiro teve incentivo do Criança Esperança. Mas mesmo que o apoio tenha acabado, o treinador resolveu continuar com os treinos, e hoje colhe bons frutos.

Willian Aparecido Brito Guerra, 19 anos, é um dos motivos pelo qual Eric não desistiu do projeto no meio do caminho. Ele é aluno de muay thai desde a primeira aula e garante que o esporte ajudou, inclusive, a melhor a fala dele.

"Gosto de qualquer tipo de esporte, mas a luta mu ajudou muito, sinto  até na minha saúde e no meu bem estar que melhoraram, me sinto mais disposto depois dos treinos", conta Willian.

(Foto: Cleber Gellio)
(Foto: Cleber Gellio)

Também adepto à prática de esportes, Emídio Antônio de Melo Junior, 19, pratica de basquete a atletismo, mas a paixão dele não nega a nacionalidade, o futebol está em primeiríssimo lugar.

Mesmo gostando muito dos treinos de muay thai e de ser aluno assíduo do projeto, Emídio confessa que leva o que agrega na luta para campo. "Ganho muita resistência nos treinos, aprendo a controlar minha respiração, e tudo isso ajuda meu desempenho na hora de jogar bola", explica o atleta.

E quem está de fora também sente toda a determinação dos alunos e até se surpreende. A analista de sistemas Thiessa Nascimento, 24, treina muay thai na academia Chute Boxe e participa do projeto nesta semana, ajudando nos treinos dos alunos da Apae.

Ela conta que estava na expectativa em saber como seriam as aulas e a prática superou tudo o que ela imaginava ou esperava. "Eles têm muita disciplina, determinação, guarra, força de vontade, no final quem aprendeu fui eu, com a alegria que eles trouxeram", expressou a lutadora.

E a lição que todos levam para casa depois dos treinos é que, de fato, não há barreiras para ser um vencedor e nem limites quando há foco e determinação aliados a um sonho.

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