M² de bairro recordista em valorização em Campo Grande subiu 33% em um ano
Praticidade da ótima localização e comércio forte impulsionam alta no metro quadrado na região

A comodidade de ter uma farmácia na quadra de cima, um restaurante logo abaixo e, um pouco mais adiante, um mercado para socorrer caso falte um ingrediente de última hora é um dos atrativos do bairro Cruzeiro, o recordista em valorização em 12 meses na Capital. A ótima localização, aliada à forte presença de comércios, foi apontada pelos moradores como principal motivo para a valorização da região nos últimos 12 meses, que registrou recorde na CAPital com alta de 33,7% no metro quadrado, segundo dados do Índice FipeZAP de Venda Residencial.
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O bairro Cruzeiro, em Campo Grande, registrou valorização imobiliária de 33,7% no último ano, segundo o Índice FipeZAP. Moradores atribuem a alta à localização privilegiada, com ampla oferta de comércio e serviços, além da segurança. A proximidade de mercados, farmácias, shoppings e hospitais facilita o dia a dia, agregando valor à região. A pandemia acelerou a conversão de imóveis residenciais em comerciais, com destaque para as ruas Paraíba, Amazonas e Eduardo Santos Pereira. O bairro atrai comerciantes que migram do centro da cidade, buscando alternativas à falta de segurança e dificuldades de estacionamento. Essa mudança impulsiona ainda mais a valorização imobiliária do Cruzeiro, que se consolida como um polo comercial em ascensão. Campo Grande está entre as capitais com maior valorização no setor, com o metro quadrado médio em R$ 6.374.
“O melhor é a localização e a praticidade, porque tem tudo ao redor aqui. Está perto de tudo: mercado, centro, farmácia, shopping, hospital, tudo. Segurança também é perfeita”, conta Josilene Rahal, 61, autônoma. Ela mora no bairro Cruzeiro há cinco anos, mas é proprietária do imóvel há 35 anos e não conseguiu se lembrar de nenhum problema relacionado ao espaço.
Além das várias placas de “vende-se” que são encontradas em sequência pelo bairro, a presença de galerias, consultórios médicos, escritórios de contabilidade, entre outros, aponta a força comercial crescente da região, principalmente pelas ruas Paraíba, Amazonas e Eduardo Santos Pereira, entre outras.
Esse movimento de comercialização se fortaleceu nos últimos dois anos, principalmente após a pandemia, de acordo com a percepção do advogado e também locador, Gustavo Ferreira, 43. “Eu percebo uma transformação. A região sempre foi valorizada, mas está ocorrendo uma transformação do ciclo residencial para um ciclo comercial”, explica Gustavo.
Ele mora no bairro Cruzeiro há mais de 10 anos e tem um espaço comercial em frente ao seu terreno desde 2008. Ali já foi escritório de advocacia, consultório de psicologia, e agora está reformando a calçada e disponibilizando o espaço para alugar, localizado na rua Espírito Santo. O locador ainda aponta várias residências que deram espaço para um comércio na mesma rua.
“Como morador, eu não mudei daqui porque a qualidade de vida é muito melhor. Eu gosto muito daqui por conta disso. Quando você mora em um lugar em que fica cinco minutos de todas as coisas que você precisa fazer no dia a dia, tempo é vida”, Gustavo conta, explicando que a escola dos filhos, cursos e até o próprio trabalho ficam a poucos minutos de sua casa, e que não tem problema algum com trânsito. “O maior problema desse bairro é o estacionamento, está estrangulando o bairro”, acrescenta, pela sua visão.
Outro morador do bairro, de 78 anos, mora na rua Pernambuco há mais de 30 anos e reforça os benefícios da região. “É um bairro muito seguro, a vizinhança está aqui há muito tempo, além da facilidade que a gente tem para tudo. Tem farmácia perto, vários supermercados grandes, atacadistas, além da facilidade de acesso para tudo”, afirma o morador.
O morador ainda acrescenta o incômodo sobre sua rua, que virou uma via expressa por onde passam vários caminhões. “É uma via muito perigosa, de velocidade relativamente alta e muita imprudência, que é o único fator desfavorável.” Ele também reconhece o potencial comercial do bairro e relata que a tendência é surgirem mais pontos de comerciantes migrando do Centro de Campo Grande.
O esvaziamento do centro de Campo Grande não é novidade. Nos últimos anos, a região tem enfrentado problemas como a falta de segurança e a escassez de vagas de estacionamento, o que tem contribuído para a perda de atratividade comercial. Ao mesmo tempo, bairros em crescimento, como o Cruzeiro, vêm se destacando com o surgimento de novos pontos comerciais.
Proprietário de um imóvel com 370 m² de área total para aluguel no bairro Cruzeiro, Elthon Dorneles, 35, percebe a valorização imobiliária da região. "A região vem se valorizando bastante, principalmente por estar próxima aos bairros Monte Castelo, Coronel Antonino e Vila Gomes, áreas com excelente infraestrutura e mobilidade", comenta.
Ele complementa que, nessa corrida de valorização da Capital, o mercado está saturado de valores altos, tanto para venda quanto para locação. "Muitos imóveis comerciais que eram alugados rapidamente estão demorando um pouco mais; o mesmo acontece com os imóveis à venda", finaliza Elthon.
Campo Grande ficou entre as 10 capitais brasileiras com maior valorização imobiliária no primeiro semestre do ano, registrando uma alta de 5,94% no preço dos imóveis. O valor médio do metro quadrado na cidade chegou a R$ 6.374.