Pais dizem que jovem com lesão em vértebras foi impedida de fazer vestibular
Pai denuncia falta de sala adaptada e afirma que banca registrou “desistência” mesmo após filha ser retirada
Uma estudante de 17 anos, com seis vértebras lesionadas, foi impedida de fazer a prova do vestibular da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) na manhã deste domingo (7), em Campo Grande. O pai da candidata, Leonardo Cunha, afirma que deixou a filha no local com antecedência, mas a menina foi orientada a deixar a escola porque não havia ambiente adequado para que ela realizasse o exame.
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Uma estudante de 17 anos, com seis vértebras lesionadas, foi impedida de realizar o vestibular da UFMS em Campo Grande neste domingo (7). A jovem, que precisa de atendimento especial por não poder ficar sentada por longos períodos, teve seu pedido negado, mesmo com documentação médica apresentada. O pai da candidata relata que ela foi orientada a deixar a escola, apesar de haver precedente de adaptação no Enem. A família buscou registrar o ocorrido, mas a banca organizadora, a Fapec, alegou que a estudante desistiu da prova, o que foi contestado. A polícia foi acionada, mas classificou o caso como administrativo, sem crime a ser registrado. O pai critica a falta de estrutura e a tentativa de registrar a situação como desistência, enquanto a Fapec ainda não se pronunciou oficialmente.
A prova da jovem seria aplicada na Escola Municipal Dr. Eduardo Olímpio Machado, no bairro Aero Rancho. Segundo Leonardo, a filha pediu atendimento especial no momento da inscrição, já que não pode permanecer sentada por longos períodos. Há dois meses, ela usa colete para se locomover, não pode dobrar a coluna e alterna entre posições para aliviar a dor.
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O pai lembra que, recentemente, a adolescente realizou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em uma sala individual, deitada no chão, atendimento que, segundo o pai, ocorreu sem qualquer impedimento.
“Ela chegou lá e informou ao fiscal que precisava de uma sala adaptada, como já tinha solicitado na inscrição. A resposta foi que não havia essa possibilidade. Disseram que ela não poderia ficar dentro da escola”, relata Leonardo. A adolescente então saiu e ficou sentada na calçada em frente ao portão, aguardando orientação do pai.
Leonardo foi até o local e pediu à equipe da banca organizadora, a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), que registrasse uma ata sobre o ocorrido. No entanto, afirma que o documento não foi fornecido.
“Eles disseram apenas que iriam registrar internamente como se ela tivesse desistido da prova. Mas minha filha não desistiu. Ela foi retirada porque não tinha lugar para ela lá dentro”, declarou.
Diante da situação, o pai acionou a polícia. A equipe que atendeu à ocorrência informou que, por se tratar de um fato administrativo, não havia crime a ser registrado, mas que documentaria que a candidata estava no local.
Leonardo destaca que a filha apresentou toda a documentação médica, laudo e exames e fez a solicitação de atendimento diferenciado dentro do prazo. “Ela não pode ficar muito tempo sentada porque a vértebra fraturada começa a comprimir e a dor aumenta. Precisa se deitar, levantar, buscar a posição que dói menos”, disse.

O pai questiona o fato de o Enem ter garantido a adaptação e a UFMS, não. “Hoje minha filha acordou cedo, se preparou, foi levada para fazer a prova, mas foi impedida por falta de estrutura. E ainda querem registrar como desistência.”
Procurada, a Fapec ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. O espaço permanece aberto.
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