Mãe e padrasto são presos após resgate de criança ferida no pescoço e na mão

Com um corte profundo na mão direita e hematomas visíveis no pescoço, uma criança de quatro anos foi resgatada pela Polícia Militar em situação de suspeita de maus-tratos, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande.

O caso veio à tona depois que uma ocorrência de desentendimento por causa de aluguel levou os policiais até o local. A equipe fazia patrulhamento na região, na segunda-feira (27), quando foi acionada para intervir em uma discussão entre dois homens, provocada por atraso no pagamento do aluguel. A briga, segundo o boletim de ocorrência, era apenas verbal.

Ao serem autorizados a entrar no imóvel, os agentes perceberam algo muito mais grave. No quintal, encontraram o menino ferido. A mãe, de 25 anos, ajudante de conservação e limpeza, e o padrasto, de 31 anos, caseiro, afirmaram que o ferimento no pescoço teria sido causado por uma chinelada da mãe e que o corte na mão teria ocorrido quando a criança caiu enquanto carregava uma garrafa de vidro de refrigerante.

O dono da casa contou que, sempre que vai cobrar o aluguel, encontra o casal discutindo e a criança chorando. Segundo ele, o imóvel tem mau cheiro, sujeira excessiva e a criança vive em condições precárias de higiene.

Diante da situação, o Conselho Tutelar da Região Norte foi acionado. Devido à gravidade do ferimento na mão, a criança foi levada pela polícia à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Nova Bahia, onde recebeu atendimento médico.

Em depoimento, a mãe afirmou que “perdeu a cabeça” e acabou acertando o pescoço do filho com uma chinelada. Disse ainda que o corte na mão ocorreu quando o menino caiu, assustado, durante uma discussão com o proprietário do imóvel. Alegou não ter buscado socorro imediato porque o locador teria ameaçado cortar a água e despejar a família.

O padrasto contou que soube da chinelada quatro dias depois do ocorrido e disse que o motivo teria sido o menino ter furtado objetos de um mercadinho próximo. Ele confirmou a mesma versão sobre o corte.

O casal admitiu ser usuário de drogas. Ambos foram presos e devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira. O caso é investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e acompanhado pelo Conselho Tutelar da Região Norte.

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