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Capital

Mais cuidadosa com a vida e com a morte, mulher é maioria em cemitérios

Osvaldo Júnior e Mirian Machado | 02/11/2017 09:18
Vandete está todo o mês no cemitério para visitar a mãe, morta de câncer há sete anos (Foto: Paulo Francis)
Vandete está todo o mês no cemitério para visitar a mãe, morta de câncer há sete anos (Foto: Paulo Francis)

O carinho durante a vida permanece depois da morte. Todo mês, a dona de casa Vandete Aparecida da Silva Soares, 54, visita a mãe, morta há sete anos em consequência de câncer no estômago. O cuidado de Vandete, que extrapola a fronteira entre a vida e morte, também é notado em outras mulheres, que representam a maioria das pessoas, que neste Dia dos Finados, visitam amigos e familiares já falecidos. 

"Ela ficou nove meses internada. Fez muitas cirurgias, que não adiantaram nada", lembra a dona de casa, com os olhos majorados, o tempo em que a mãe lutava e era vencida, aos poucos, pela doença. Ela conta ainda que desde morte da mãe a visita com frequência, pelo menos uma vez por mês. "Era muito apegada a ela", acrescenta com a voz embargada. 

Cemitério Santo Amaro na manhã desta quinta-feira (Foto: Paulo Francis)
Cemitério Santo Amaro na manhã desta quinta-feira (Foto: Paulo Francis)

Mais cuidadosas com a vida e com a morte, as mulheres, assim como a Vandete, destacam-se nos cemitérios. "Acho que a mulher é mais sentimental. O homem já mais durão", comenta Vandete em seu jeito simples de enxergar as diferenças entre os gêneros.

Morando em uma casa, onde só há mulheres, a estagiária de Pedagogia, Cristaine Pereira Gonçalves, 22 anos, também foi ao cemitério Santo Amaro na manhã desta quinta-feira. Entre os familiares sepultados no local, está o tio da estudante, morto há dois meses. "Também estão enterrados meu pai, meu primo e minha vó", acrescenta.

Quanto à maior presença das mulheres, Cristaine considera que elas são mais cuidadosas. "Os homens não ligam muito. As mulheres são diferentes", opina.

Luiz acredita que as mulheres se importam mais (Foto: Paulo Francis)
Luiz acredita que as mulheres se importam mais (Foto: Paulo Francis)

Visão semelhante tem a dona de casa, Luzia da Cruz, 48 anos. "Os homens se importam menos. Não gostam muito de cemitério. Até mesmo para ir ao médico, eles são mais descuidados", afirmou.

E é justamente um homem que Luzia visita todo o ano no Dia dos Finados e em outras ocasiões diversas. "É meu pai. Ele morreu há cinco anos. A gente vem no Dia dos Finados, no Dia dos Pais e sempre que pode", detalha.

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