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Capital

Médico muda nome de empresa para manter R$ 3,1 milhões por ano

Aline dos Santos | 18/03/2013 11:55
Diretor do Hospital do Câncer mantinha contrato com a própria empresa. (Foto: Marcelo Victor/Arquivo)
Diretor do Hospital do Câncer mantinha contrato com a própria empresa. (Foto: Marcelo Victor/Arquivo)

A ação do MPE (Ministério Público Estadual), que pede o afastamento de Adalberto Abrão Siufi do cargo de diretor-geral da Fundação Carmen Prudente, administradora do Hospital do Câncer, denuncia que o médico fez manobra para manter contrato com a empresa Neorad, do qual é proprietário, e rendia, em média, R$ 3,1 milhões por ano.

Pressionado pelo Conselho Curador, o contrato com a Saffar & Siufi Ltda (nome oficial da Neorad), que perdurava desde 2004, foi rescindido em agosto do ano passado. Contudo, em março de 2013, o Ministério Público recebeu a informação de que a sucessora no contrato foi a Siufi & Saffar Ltda.

Apesar dos nomes invertidos, as empresas tem o mesmo quadro societário. Além de Adalberto, a Siufi & Saffar pertence a Issamir Farias Saffar.

“A rescisão de um contrato e posterior elaboração de outro, com os mesmos sócios – são verdadeiro artifício empregado pelos requeridos com o fim de burlar a decisão dos membros do Conselho Curador e orientação do Ministério Público, visando manter a autocontratação”, enfatiza a promotora Paula Volpe na denúncia.

Entre 2007 e 2010, a Saffar & Siufi recebeu R$ 12,7 milhões. O detalhe é que o contrato previa o pagamento do valor estipulado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mais acréscimo de 70%.

Já o objeto da parceria se confunde com a própria finalidade do Hospital do Câncer: prestação de serviço médicos gerais, radioterapia e quimioterapia. Antes de 2004, a Fundação Carmem Prudente fazia pagamentos ao médico. Entre 2000 e 2003, Siufi recebeu R$ 60 mil.

Os outros dois integrantes da alta cúpula do hospital também mantêm contrato com empresa da qual são proprietários. Trata-se de Blener Zan (diretor-presidente) e Wagner Miranda (diretor-financeiro), sócios-proprietários da Elétrica Zan. Entre 2002 e 2011, a empresa recebeu R$ 26.408 do Hospital do Câncer. O MPE também quer o afastamento dos outros diretores.

Rede– No ano passado, o MPF (Ministério Público Federal) abriu uma campanha e recorreu à Justiça para que o HU (Hospital Universitário) de Campo Grande aceitasse recursos para a radioterapia.

Conforme o MPF, os atendimentos estavam concentrados no Hospital do Câncer e na Santa Casa, que terceirizaram os serviços para a Neorad. O Hospital do Câncer convocou a imprensa para coletiva na tarde desta segunda-feira.

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