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Capital

Mesmo com equipe móvel, população ainda relata demora nas UPAs

Flávia Lima | 30/01/2016 09:22
Na UPA da Vila Almeida pacientes reclamaram de espera de quase cinco horas. (Foto:Fernando Antunes)
Na UPA da Vila Almeida pacientes reclamaram de espera de quase cinco horas. (Foto:Fernando Antunes)

Quando foi lançada pela Prefeitura de Campo Grande no início de janeiro, a proposta da equipe médica móvel, composta por 20 profissionais, era a de colocar fim à superlotação nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde). No entanto, a equipe, que custou aos cofres públicos R$ 800 mil, ainda não conseguiu atingir totalmente seu objetivo.

Apesar de alguns usuários elogiarem a rapidez no atendimento em determinados períodos do dia, a maioria dos pacientes ouvidos pelo Campo Grande News durante visita às UPAs Vila Almeida e Universitária, reclama da demora e ainda há quem desista de esperar devido à demora, que em vários momentos do dia, segundo relatos, chega a levar quatro horas.

Foi o que ocorreu com a dona de casa Shirley Fujita, que buscou atendimento na quinta-feira (28) na UPA da Vila Almeida. "Cheguei às 8 horas e saí só a uma da tarde", reclama. Como está com suspeita de dengue, ela precisa ir a unidade de saúde pelo menos durante cinco dias para monitorar a quantidade de plaquetas no sangue. "Imagina se todo dia for assim", questiona Shirley, que nesta sexta-feira (29) ainda estava no segundo dia de acompanhamento.

Ao lado dela, a assistente social Angelig Rodrigues Fernandes também revelou que na quarta-feira (27) esperou pelo médico das 11 às 17 horas, mesmo com a presença da equipe móvel na unidade. Acompanhando o filho de 16 anos, que está com suspeita de dengue, Angelig havia retornado na Vila Almeida nesta sexta-feira às 7h50 e até às 10 horas ainda aguardava no corredor.

Já o casal Tarcílio Leite e Carolina Santos conta que aguardou apenas 40 minutos pelo médico. Também com suspeita de dengue, Tarcílio diz que observou uma melhora no tempo de espera depois que a equipe móvel começou a atuar em alguns momentos do dia na UPA.

"Cheguei aqui e já fui logo para a triagem", relata. Ele diz que no máximo em 20 minutos foi chamado pelo médico e fez os exames.

Mas a mesma sorte não teve a dona de casa Abigail da Silva Carvalho, que tentou atendimento na unidade de saúde do Coophavia 2, ma dessitiu devido a demora. "Vim direto aqui hoje, mas já estou esperando há três horas. Nem exame fiz", afirma.

Na UPA do Bairro Universitária a situação era mais crítica. A dona de casa Vanusa Tibúrcio disse que havia chegado às 9 horas desta sexta-feira e até às 11 horas só havia passado pela triagem. "Aqui é sempre demorado e já fiquei cinco horas esperando. Estou com dor no corpo e na cabeça e não sei que horas vou sair", ressalta.

A dona de casa Marcia Crisitina da Silva conta que toda a sua família já teve dengue este ano e como suas idas à UPA se tornaram rotineiras, ela diz que o ideal é buscar atendimento no início ou final do dia. Depois de acompanhar o filho e o marido, agora era ela quem esperava pelo médico nesta sexta-feira. "Ontem tinha cinco médicos, mas hoje não vi tudo isso", diz.

Segundo a prefeitura, as unidades móveis são acionadas após os funcionários da Central de Monitoramento observarem, através de câmeras instaladas nos postos, qual unidade apresenta superlotação. De acordo com enfermeiros das UPAs do Vila Almeida e Universitária ouvidos pelo Campo Grande News, os postos tem recebido diariamente o apoio das equipes móveis.

Sebastião Felisberto e Fátima dos Santos contam que não precisaram esperar para tomar soro na em uma das tendas do Vila Almeida. (Foto:Fernando Antunes)
Sebastião Felisberto e Fátima dos Santos contam que não precisaram esperar para tomar soro na em uma das tendas do Vila Almeida. (Foto:Fernando Antunes)
Com sintomas de dengue, a dona de casa Vanusa Tiburcio esperava atendimento na UPA do Universitária. (Fernando Antunes)
Com sintomas de dengue, a dona de casa Vanusa Tiburcio esperava atendimento na UPA do Universitária. (Fernando Antunes)

Tendas - Se nas UPAs ainda há reclamações quanto ao tempo de espera, quanto ao atendimento prestado nas tendas os pacientes ouvidos pelo Campo Grande News não fizeram qualquer tipo de observação negativa. Segundo enfermeiros que trabalham nos hospitais de campanha, o atendimento cresceu pelo menos 50% nas três primeiras semanas de janeiro em relação ao final do ano.

No entanto, segundo eles, não há longas filas de pacientes aguardando aplicação do soro e em vários momentos do dia é comum as tendas ficarem vazias.

Essa foi a situação constatada na manhã de sexta-feira (29) nas duas tendas montadas na UPA da Vila Almeida, tanto que o casal Sebastião Felisberto Pinto e Fátima Ferreira dos Santos não levaram mais de uma hora para serem atendidos, já contando como tempo que aguardaram o médico. "Não tenho reclamações. Foi tudo rápido, inclusive quando trouxe meu filho também", afirma Sebastião.

De acordo com um enfermeiro da UPA do Universitária, o movimento nas tendas costuma ser mais intenso no fim da manhã, já que é o período em que a unidade móvel tem ido a UPA para dar suporte no atendimento. Com isso, os atendimentos ficam mais rápidos e o número de pacientes designados a tomar soro, aumenta.   

Ainda conforme o enfermeiro, que preferiu não se identificar, a escala médica também vem sendo cumprida, com cinco médicos por período. 

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