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Capital

Mesmo “tímida” chuva faz estragos e bombeiros registram 5 alagamentos

Paula Maciulevicius | 27/01/2012 20:49

Chuva traz à tona alagamento na casa de dona Neusa e seo Arlindo, moradores do bairro Coaphama

Alagamento chegou à casa de dona Neusa. Há 15 anos o cenário de água nas canelas é o mesmo. (Foto: Marlon Ganassin)
Alagamento chegou à casa de dona Neusa. Há 15 anos o cenário de água nas canelas é o mesmo. (Foto: Marlon Ganassin)

A chuva da tarde desta sexta-feira não resultou em um montante de água como o de ontem, que atingiu 91mm, mas ainda assim deixou estragos.

Só hoje o Corpo de Bombeiros atenderam cinco ocorrências de alagamentos, duas no bairro Jardim Imá, uma no Oliveira e as demais no Coaphama, próximo a Ernesto Geisel.

Foi lá que o Campo Grande News se deparou com a situação do casal Arlindo Soares Vítor, 58 anos e Neusa Moreira Vítor, 58 anos.

O desespero já não toma conta deles. Isso porque faz 15 anos que eles vêem a água da chuva entrar em casa até a altura dos joelhos.

Parece exagero, mas é a realidade. A residência é simples, fica no fundo de um terreno que abriga um campo de futebol.

A grama até que tenta absorver parte do volume de água, mas chega uma hora que isso já não é mais possível.

Sem bater à porta, ela veio. Ainda tímida mas deixou estragos pelo 15° ano no bairro Coaphama. (Foto: Marlon Ganassin)
Sem bater à porta, ela veio. Ainda tímida mas deixou estragos pelo 15° ano no bairro Coaphama. (Foto: Marlon Ganassin)

No início da tarde de hoje, logo que a chuva começou, a água veio com tudo. Não respeitando degraus, móveis e nem o sustento da família. Dona Neusa perdeu parte do trigo, ingrediente principal dos salgados que faz para sobreviver.

“É o sustento de casa indo embora. E eles ainda dizem antes vocês do que a gente”. A afirmação de dona Neusa é em relação aos vizinhos do fundo, um depósito de materiais de construção.

Segundo ela e o marido há alguns anos o dono ergueu o muro, até 2010 ele ainda deixava buracos, justamente para dar vazão a água, mas depois fechou.

“Eu pedi e ele não deixou fazer o serviço, eu ia colocar uma caixa de tijolos e canos para drenar a água. Ele não ia pagar nada”, comenta “seo” Arlindo.

Na casa a água baixa aos poucos, quase que de forma imperceptível. Sofás já estavam comprometidos, o freezer teve de ser erguido por tijolos e todos os aparelhos eletrônicos colocados para cima.

Salgadeira tenta salvar o sustento. O trigo, que se foi com a água. (Foto: Marlon Ganassin)
Salgadeira tenta salvar o sustento. O trigo, que se foi com a água. (Foto: Marlon Ganassin)

“São 15 anos sofridos. É água que vem lá da Brilhante, da Bandeirantes, tudo lá de cima. A gente fica nervoso mesmo, olha o fundo como está”, conta Arlindo.

O vizinho do lado, professor universitário Hugo Davi Santana, 50 anos, disse que já procurou as autoridades pedindo uma providência quanto a drenagem no local. “Eu fiz protocolo lá na Sesau, mas eles responderam que isso não é da alçada deles. Aqui tem foco de dengue, de doenças”, questiona.

“Vai fazer o que? Vamos ficar ilhados mesmo até baixar”, completa Neusa.

O Corpo de Bombeiros precisou fazer um buraco no depósito que faz fundo com a residência. O volume de água é grande e até dar a vazão completa, vai levar tempo.

Até a casinha foi para debaixo da água. Cachorro fica ilhado em residência. (Foto: Marlon Ganassin)
Até a casinha foi para debaixo da água. Cachorro fica ilhado em residência. (Foto: Marlon Ganassin)
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