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Capital

Morador sofre com falta de internet e preço alto do acesso via rádio

Aliny Mary Dias | 03/12/2013 10:45
Em alguns pontos do bairro, nem o modem 3G funcionam (Foto: Marcos Ermínio)
Em alguns pontos do bairro, nem o modem 3G funcionam (Foto: Marcos Ermínio)

Nos últimos três anos, houve aumento de 44% no número de residências com acesso à internet em Campo Grande. Apesar da grande expansão em apenas três anos, moradores do 2º maior bairro da Capital estão “parados no tempo” e vivem a rotina de problemas com conexão, falta de cobertura por parte das operadoras de telefonia e preços abusivos das empresas que disponibilizam a internet via rádio.

A reclamação é antiga, mas os anos passam e as dificuldades dos moradores do bairro Nova Lima continuam. Letícia Ribeiro, 29 anos, mora há três anos no bairro e vive no completo isolamento digital.

Ela conta que quando se mudou para o bairro fez a peregrinação de ligar para todas as empresas de telefonia, mas a informação era sempre a mesma: sem cobertura prevista para a região. Depois de muito procurar, a moradora acabou se rendendo à internet via rádio.

“Eu via as antenas aqui, faixas e muitos moradores instalando. Resolvi arriscar, paguei R$ 220 para instalar e R$ 69 por mês”, conta Letícia. Apesar da tentativa e dos gastos, a moradora não ficou um mês com um serviço.

“Para mim foi só dor de cabeça, a velocidade era muito ruim. Para o meu trabalho, eu precisava ver vídeos e não carregava nada. Para quem só fica no Facebook, até que dá, mas no meu caso não serviu”, explica.

Faixas estão espalhadas pelo bairro (Foto: Marcos Ermínio)
Faixas estão espalhadas pelo bairro (Foto: Marcos Ermínio)

Diante da falta de opção, a moradora até tentou recorrer aos modems 3G, que podem ser conectados a notebooks ou tablets, mas a baixa velocidade foi o empecilho que deixou a família alheia ao digital.

Não é difícil encontrar moradores insatisfeitos com os serviços da internet via rádio e pela falta de cobertura das grandes empresas de telefonia. Celina da Costa mora há 6 anos no bairro e paga R$ 79,90 por um pacote de 1 MB de internet via rádio. A usuária reclama dos altos preços cobrados.

“As outras empresas cobram bem menos, mas não temos cobertura. Eu pago esse absurdo e o serviço não é lá essas coisas”, conta.

O valor pago por Celina é bem mais alto do que pacotes oferecidos pelas empresas de telefonia. Na Oi, por exemplo, um pacote que inclui 200 minutos de telefone fixo e 1 MB de internet pode ser encontrado por R$ 45. Em outras empresas como a GVT, pacotes com telefone e internet saem a partir de R$ 69,90.

Se a situação é complicada para quem usa a internet como lazer ou meio de estudo, para quem tem comércio a falta de opção é pior ainda. Diego Oliveira, 20, é professor em uma academia do bairro Nova Lima e conta que a única alternativa encontrada pelo dono do estabelecimento foi o modem 3G.

Antenas via rádio se tornaram comuns ao lado de antenas de TV (Foto: Marcos Ermínio)
Antenas via rádio se tornaram comuns ao lado de antenas de TV (Foto: Marcos Ermínio)

“Aqui a velocidade é péssima, ainda temos a cobertura do modem, mas na minha casa, por exemplo, é só a via rádio. Eu pago R$ 60 para um pacote de 600 KB e é o mesmo valor pago por 1 MB em muitos outros pacotes”, completa.

Números – A informação repassada pelas operadoras de telefonia para os moradores é que não há previsão de implementação dos serviços no bairro. A NET, por exemplo, informou para um morador que no ano que vem estão previstos investimentos para a região.

De acordo com os dados atualizados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), atualmente existem 137.411 domicílios em Campo Grande com acesso à internet banda larga. Em 2010, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de residências era de 95.351 casas com acesso.

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