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Capital

Moradores da Vila Popular monitoram rio com medo de novas enchentes

No bairro, moradores perderam tudo depois de serem surpreendidos pela enchente na quarta-feira

Bruna Kaspary e Ronie Cruz | 15/02/2019 10:47
Surpreendidos pela chuva, moradores colocam tudo o que perderam para fora de casa (Foto: Ronie Cruz)
Surpreendidos pela chuva, moradores colocam tudo o que perderam para fora de casa (Foto: Ronie Cruz)

No bairro onde os moradores perderam tudo depois da enchente de quarta-feira (13), a insegurança e medo predominam entre aqueles que vivem às margens do rio Imbirussu e se veem obrigados a acompanhar o nível dele para não serem pegos de surpresa novamente. Eles estão desde aquela madrugada sem conseguir dormir.

A dona de casa Joquimara Alves diz que a situação no bairro é lamentável e que desde quarta ninguém no bairro consegue ficar tranquilo a ponto de descansar. “Olha, ninguém dorme, né?! A gente está fazendo revezamento para ver se o rio não sobe de novo”, comenta.

Ela lembra que próximo à casa deles existe uma represa que, para ela, é o motivo de acontecer essas enchentes. “O pessoal abriu as comportas na quarta-feira de manhã, e de tarde ela já estava fechada de novo”, reclama. Ela fala que constantemente essa comporta é fechada e, quando se abre, a força da água é muito grande.

A família de Maíra perdeu tudo, restando na sala somente um tapete (Foto: Ronie Cruz)
A família de Maíra perdeu tudo, restando na sala somente um tapete (Foto: Ronie Cruz)

A família de Maira Alves de Oliveira, de 34 anos, foi uma das mais atingidas pela enchente e perdeu tudo depois de a água invadir a casa que ela, o marido e os dois filhos moram. Hoje o mais novo dos meninos, de três anos, tem apenas um par de tênis para usar e, com medo de a água entrar na casa dela de novo, a pedagoga tem guardado toda a comida que restou em garrafas pets.

“Eu não dormi desde quarta, cheguei a tomar remédio para isso, mas não consegui”, lamenta Maira. A pedagoga ainda lembra que, depois que a água baixou e ela começou a fazer a limpeza da casa, retirou pelo menos cinco ratos que invadiram a casa junto com a enchente.

Em entrevista ao Campo Grande News, o prefeito Marquinhos Trad informou que o pessoal atingido pela enchente está em uma área irregular e que eles sabem que correm riscos por permanecer no local. “Como eles podem ser chamados de moradores irregular se pagam IPTU?” questiona a pedagoga.

O marido dela, Paulo Sérgio Lencina Spíndola, de 47 anos, comenta que hoje à tarde cerca de 20 famílias irão se reunir com um advogado porque pretendem entrar com uma ação coletiva pedindo uma indenização da prefeitura depois dos estragos causados pela enchente.

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