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Capital

Moradores do Coronel Antonino temem por instalação de presídio aberto

Fernando da Mata | 02/12/2011 14:32

Segundo moradores, presídio seria transferido da Vila Sobrinho para o Coronel Antonino. Sejusp nega as informações

Moradoras reclamam de possível instalação de presídio (Foto: Simão Nogueira)
Moradoras reclamam de possível instalação de presídio (Foto: Simão Nogueira)

Os moradores do Coronel Antonino, região Norte de Campo Grande, estão assustados com a possível instalação de um estabelecimento penal do regime aberto no bairro.

Moradora do bairro há 35 anos, a comerciante Celma Aparecida Nogueira de Amorim, de 43 anos, afirmou ao Campo Grande News que o presídio feminino Irmã Zorzi é o local onde há possibilidade de instalação do estabelecimento do regime aberto.

“Nossa preocupação é que o presídio feminino saia daqui e não venha outro. Tem que construir presídios em locais isolados”, disse a comerciante.

O estabelecimento penal feminino Irmã Irma Zorzi fica próximo a uma escola municipal, quatro unidades de saúde, residências e comércio.

“Que segurança que vamos ter se estão matando gente na porta do presídio? Vai ter evasão na escola. Os pais vão tirar os filhos, porque como que vai ficar com os detentos na rua, podendo abordar as nossas crianças e os moradores”, enfatizou Celma.

A professora aposentada Valdevina do Carmo Meza, 62 anos, mora há 40 anos no Coronel Antonino. Ela conta que na década de 80, quando tinha um presídio semiaberto masculino, a situação era de insegurança no bairro. “A gente era assaltada, agarravam a gente, roubavam a bolsa da gente.”

Presídio feminino no Coronel Antonino (Foto: Simão Nogueira)
Presídio feminino no Coronel Antonino (Foto: Simão Nogueira)

De acordo com Valdevina, a situação pode se repetir se instalarem um presídio do regime aberto no bairro. “A hora em que abre o portão do presídio, é a hora em que as crianças estão chegando na escola. Nós não temos uma praça para nossas crianças. Agora vão trazer semiaberto? Não sou contra a reabilitação de presos, só não queremos presídio aqui”, destacou a professora aposentada.

Outro morador antigo do bairro é Vivaldino Souza, 60 anos. Dono de um bar há 20 anos na esquina do presídio, foi enfático ao dizer ‘não’ quando questionado sobre a possível instalação de um presídio do regime aberto.

Mesma opinião do agente de saúde Thiago Bartistotte, de 29 anos. “Sou contra porque vai aumentar a bandidagem, insegurança, assaltos. Até pra gente sair pra trabalhar vai ficar inseguro”, declarou Bartistotte.

Sejusp nega - Durante audiência pública na Câmara de Vereadores de Campo Grande, na manhã desta sexta-feira (2), o superintendente da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública, André Matsushita, negou que um estabelecimento de regime aberto será instalado no Coronel Antonino.

“Não há qualquer planejamento na esfera da Sejusp para que o presídio do regime aberto seja transferido para o Irma Zorzi”. Ainda de acordo com ele, a hipótese foi levantada pelo juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vera de Execução Penal de Campo Grande.

Moradores do Coronel Antonino se mobilizaram para participar da audiência, que discutiu sobre a situação do estabelecimento penal do regime aberto da Vila Sobrinho.

Moradores do Coronel Antonino na Câmara (Foto: Simão Nogueira)
Moradores do Coronel Antonino na Câmara (Foto: Simão Nogueira)

Insegurança na Vila Sobrinho - A possível instalação do presídio no Coronel Antonino surgiu com o descontentamento de moradores na Vila Sobrinho, sobre o albergado situado no bairro. Os moradores exigem a desativação do estabelecimento.

A síndica do residencial Flamingos, Sidene Felsque, foi uma das moradoras da região do albergado que reclamou da situação na Vila Sobrinho. “Os detentos estão abordando pessoas, pedindo comida.”

Outros representantes da região afirmaram que houve aumento da insegurança e da criminalidade na região.

A pressão para a desativação do presídio aumentou depois que o agente penitenciário Hudson Moura da Silva foi baleado, no dia 31 de outubro, com dois tiros no portão do estabelecimento. Ele morreu no último dia 19 no hospital El Kadri, onde estava internado.

Matsushita afirmou na audiência que, por enquanto, o presídio da Vila Sobrinho não será desativado. Porém, garantiu que a Sejusp estudará locais sugeridos para mudança, como a antiga Colônia Penal Agrícola e área próxima ao Centro Penal Agroindustrial da Gameleira.

A audiência pública foi proposta pela Comissão Permanente da Cidadania e Direitos Humanos da Câmara Municipal de Campo Grande.

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