Moradores madrugam, enfrentam fila e não conseguem marcar exames
Moradores da Coophavila 2, na saída para Sidrolândia, em Campo Grande, não estão satisfeitos com o atendimento nas unidades de saúde do bairro. De acordo com eles, é preciso chegar de madrugada para ser atendido, os funcionários não dão a devida atenção e também não conseguem marcar exames.
A salgadeira Neli Pereira Rodrigues, 48 anos, conta que chegou à unidade de saúde por volta das 6 horas e só recebeu atendimento às 8h. “Quando eu cheguei aqui, já tinha umas 30 pessoas na minha frente”, diz Neli, que teve a consulta agendada para 13 de maio.
Neli diz ainda que como não conseguiu marcar exames de raio –X e ultrassom, teve que pagar em uma clínica particular. “Tentei em três postos e não consegui, aí tive que pagar”.
Elenita Pereira Franco, 42 anos, reclama do mal atendimento dos funcionários. “Eles tratam a gente como se fosse lixo”. De acordo com a cozinheira, a situação é ainda pior com pessoas mais humildes. “Quando vê que a pessoa é de classe mais baixa, trata pior”, indigna-se. Elenita chegou ao posto 6h30min, e conforme ela, “já estava lotado”.
A empregada doméstica Cristiane Conceição, 30 anos, diz que a orientação que recebeu do posto de saúde é para ela – e os demais – chegar às 7 horas, porque o atendimento começa às 8 horas. Mas, segundo ela, a realidade é bem diferente.
Quem precisa de atendimento chega às unidades de saúde na madrugada. Algumas vezes a fila começa a andar só após às 8 horas. “Começa a ser atendido 8 horas se o médico não atrasa. Aí, o atendimento vai começar após 8 horas”.
Segundo os usuários, há demora até o início do atendimento. Após isso, a fila anda rápido e os postos de saúde esvaziam.
A reportagem já entrou contato com a Prefeitura e aguarda retorno com resposta sobre a situação.
Desde a semana passada, o prefeito Alcides Bernal (PP) vem fazendo propaganda nos meios de comunicação de que colocou fim ao caos na saúde em Campo Grande. Cita que contratou médicos, implantou unidade volante e agilizou o atendimento à população. Ele também cita a política de combate a dengue.