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Capital

Moradores se unem e tentam moradia para idoso em situação precária

Mariana Lopes | 22/10/2012 17:39
Companheiros fiéis, Juarez não abandona os cachorros por nada (Foto: Rodrigo Pazinato)
Companheiros fiéis, Juarez não abandona os cachorros por nada (Foto: Rodrigo Pazinato)

Sensibilizados diante da situação precária em vive um homem de 63 anos, moradores do bairro Pioneiros já ajudaram por conta própria, mas agora resolveram tomar uma atitude mais drástica e acionaram a SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) para tentar arrumar uma moradia digna para o idoso.

Há mais ou menos dois anos, ele mora em um barraco construído por quatro paredes de madeira e um teto de eternit que foi destelhado com os últimos vendavais. Dentro da casa com um único cômodo, ela tem uma cama, um colchão velho, uma geladeira que não funciona e roupas espalhadas entre uma montoeira de lixo.

A história de Juarez já foi contada pelo Campo Grande News, em junho deste ano, quando o frio castigou o idoso e chamou ainda mais a atenção dos vizinhos.

Na semana passada, uma assistente social da SAS foi até o barraco dele para tentar convencê-lo a ir para um abrigo temporário, onde ele poderá ter um pouco mais de conforto.

“A princípio ele concordou, até descobrir que não poderia levar os cachorros”, contou a dona de casa Emília Lemes da Silva, 34 anos, vizinha de Juarez que acompanhou a visita da assistente social. Ele divide a casa com quatro cachorros, que são o único motivo que o impede de deixar o local. “Se eu puder levar meus cachorros, eu vou”, diz, enfático na decisão.

O barraco de um cômodo onde Juarez mora (Foto: Rodrigo Pazinato)
O barraco de um cômodo onde Juarez mora (Foto: Rodrigo Pazinato)

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, como o idoso não quis ir para um abrigo, a Secretaria de Assistência Social não pode obrigá-lo. Neste caso, Emília assinou um documento afirmando que ele recusou a ajuda.

Uma das assistentes sociais da SAS, por intermédio da assessoria de imprensa, afirmou que irá continuar a acompanhar o caso e na tarde de hoje volta à casa de Juarez para tentar fazer contato com a família dele.

Vizinha e amiga de Juarez, Lucinete Américo de Freitas, 54 anos, lembra que uma sobrinha do idoso já arrumou uma casa para ele no bairro Nova Bahia, mas ele ficou por lá por pouco tempo e acabou indo morar na rua. “Eu ficava lá muito sozinho, não gostava”, conta Juarez.

A maior preocupação dos vizinhos é que nos últimos dias a casa de Juarez foi invadida e malandros da região bateram nele e levaram alimento que estavam guardados. "Ele está com a idade muito avançada já, não tem condições de responder por si, de cuidar de si", acredita Emília.

A promotora de Justiça Cristiane Rizkallah afirmou que desde a primeira reportagem que saiu no Campo Grande News sobre a história de Juarez Nunes a promotoria do Idoso atua no caso e tenta encaminhar o idoso a um instituto de longa ermanência de Campo Grande, mas ele nega a ajuda e diz que não quer sair da casa dele.

"Toda pessoa tem o direito a assistência social, mas primeira ela precisa querer, senão é crime, constrangimento", explana a promotora. Segundo Cristiane Rizkallah, a SAS conseguiu para o idoso a vaga no instituto e todos  os benefícios dos quais ele tem direito. 

Na visita feita pela SAS, a promotoria acompanhou e, de acordo com a promotora de Justiça, Juarez não quer sair da casa com os cachorros. "Ele diz que quer ficar lá, que gosta de lá, não temos o que fazer. Ficamos preocupados, queremos ajudar, mas toda pessoa tem o direito de ir, vir e permanecer", conclui.

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