ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Capital

Mototaxistas cobram limitação de motoristas cadastrados em aplicativos

Trabalhadores lotaram plenário nesta manhã para pedir apoio da Câmara Municipal e entregaram minuto de Projeto de Lei.

Ângela Kempfer e Danielle Valentim | 14/02/2019 11:16
Com cartazes, mototaxistas lotaram a Câmara de Vereadores hoje pela manhã. (Foto: Marina Pacheco)
Com cartazes, mototaxistas lotaram a Câmara de Vereadores hoje pela manhã. (Foto: Marina Pacheco)

Depois de mais uma manifestação na manhã desta quinta-feira (14), mototaxistas de Campo Grande seguiram para a Câmara Municipal e, finalmente, usaram a tribuna durante sessão. Na terça-feira (12), o grupo esteve na Câmara, mas não conseguiu falar oficialmente aos vereadores.

Hoje, o presidente do sindicato dos mototaxistas, Durvair Caburé reafirmou que os atos que a categoria têm organizado não são contra os motoristas que trabalham por aplicativo, mas pela concorrência desleal, diante da falta de regulamentação do serviço. 

“Nosso grande problema é a disputa desleal. Temos uma tarifa discutida com o poder público. Os motoristas de aplicativos também tem o direito de trabalhar, mas de forma igual”, disse.

Sobre o decreto já existente, que regulamenta o transporte com uso de aplicativos em Campo Grande, Caburé ressalta que, por estar emperrado na Justiça, já ficou ultrapassado. “O decreto vai fazer um ano que foi elaborado e tem coisas que não atendem mais o anseio. Queremos igualdade e trazemos a minuta de um projeto para que eles possam discutir a proposta”, disse.

A entidade entregou um minuta de Projeto de Lei e, segundo Caburé, a proposta é de limitação nos cadastros de aplicativos. “Eles transportam pessoas e precisam de um limite de trabalhadores nas ruas, assim como nós".

Grupo acompanhou sessão antes de falar sobre concorrência. (Foto: Marina Pacheco)
Grupo acompanhou sessão antes de falar sobre concorrência. (Foto: Marina Pacheco)

O vereador Vinicius Siqueira (DEM) foi vaiado ao sugerir que, para igualar a concorrência e dar mais liberdade aos trabalhadores, seria melhor retirar a regulamentação dos mototáxis. “Tudo que se regula piora a qualidade”, argumentou.

Segundo David Macli, que faz parte da comissão que concede os alvarás, como representante dos trabalhadores, a retirada de regulamentação dos mototaxistas atrapalharia o controle do serviço.

“Retirar para trabalhar em alvoroço? Um dos itens da regulamentação é o limite de trabalhadores nas ruas. A concorrência fica desleal, porque enquanto a prefeitura libera 650 alvarás, os motoristas por aplicativo trabalham com mais de 3 mil na rua”, complementa.

Segundo ele, os impostos, cursos de reciclagem, vistorias e taxas pagas pela categoria fazem com que o preço não seja competitivo. “Pagamos INSS, ISS, seguro do carro e ainda imposto por uso do solo”. 

A mototaxista Janete da Silva Quintana afirma que, com a regulamentação, quem utiliza os carros de aplicativos serão obrigados a se fixar na profissão. “Hoje quem se cadastra nas plataformas são, na maioria, aventureiros, pessoas que utilizam os carros e motos para fazer uma renda extra”.

Macli trabalha no ponto do jardim Caiobá. Lá, 15 profissionais atendem as solicitações de serviço. Ele explica que a quantidade de motoristas por região varia de acordo com a demanda de chamados, e que há espaço para os novos motoristas caso sejam regulamentados. “Tem campo para todo mundo, o que a gente quer é igualdade para trabalhar”.

O vereador Júnior Longo (PSB), presidente da Comissão de Transporte da casa discordou de Vinicius sobre a retirada da regulamentação e pontuou que não há necessidade de comissão especial para analisar as novas propostas dos trabalhadores.

“Temos uma comissão de transporte. Defendo a regulamentação e acredito que a fiscalização da Agetran é necessária. Sobre a entrega de um sugestão de Projeto de Lei, eu vou dar uma olhada nessa minuta. Sobre o decreto já existente, a questão foi judicializada e o juiz precisa dizer quais os pontos precisam ser alterados. Enquanto não sai a decisão, estamos de mãos atadas. Vamos cobrar e é importante eles virem a Câmara”, comenta.

A favor da regulamentação, o vereador Ayrton de Araújo lembrou que a medida tem de partir do executivo. “Acredito que os sindicatos dos taxistas e mototaxistas devem lutar pela igualdade. E essa Casa vai atrás do Executivo e nosso prefeito vai encaminhar.”

Apoio a categoria já tem de alguns vereadores. “A Mesa diretora e todos nos 29 vereadores temos a obrigação de votar a favor do trabalhador. A única coisa que posso ofertar é um voto favorável ao pedido de regulamentação”, disse Carlos Borges, o vereador Carlão.

 

Nos siga no Google Notícias