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Capital

Na entrega de CTI, Geraldo fala em colapso e prefeito que há leitos de sobra

Divergências entre secretário estadual de Saúde e Marquinhos Trad ficaram evidentes em inauguração de 10 novas vagas de UTI

Anahi Zurutuza e Bruna Marques | 10/08/2020 13:30
Prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante abertura de 10 novos leitos de UTI no Hospital Adventista do Pênfigo (Foto: Henrique Kawaminami)
Prefeito Marquinhos Trad (PSD) durante abertura de 10 novos leitos de UTI no Hospital Adventista do Pênfigo (Foto: Henrique Kawaminami)

Na inauguração do segundo CTI (Centro de Tratamento Intensivo) no Hospital Adventista do Pênfigo, em Campo Grande, exclusivo para atende pacientes com a covid-19, a divergência entre Estado e prefeitura sobre a capacidade dos hospitais em atender pacientes continuou evidente. Enquanto o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, disse temer o colapso do sistema, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) manteve a posição de que a pandemia está sob controle na Capital.

Os discursos contraditórios começam a respeito das estatísticas. Marquinhos fala em estabilização – o chamado efeito platô na curva de contágio –, e Geraldo em curva ascendente. “Não temos nenhum dado que nos levam a crer em estabilização. Todos os especialistas que nos ajudam indicam que nos próximos dias ainda estaremos em ascendência e os números de casos novos mostram que mais da metade dos contágios estão acontecendo na Capital, com os números não podemos brigar”, afirma o secretário.

Como no fim de semana, quando a ocupação de leitos foi motivo de desacordo, durante a entrega de mais 10 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), Geraldo Resende e Marquinhos discordaram sobre o assunto.

Nesse domingo, depois que a SES (Secretaria Estadual de Saúde) divulgou que a taxa de ocupação de leitos na macrorregião de Campo Grande tinha chegado a 101%, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) rebateu informando que na Capital, 84% das vagas estavam ocupadas

A explicação da SES para a lotação é que na conta entraram vagas ativadas, mas inexistentes oficialmente inexistentes no sistema SUS, formalização que deve acontecer nos próximos dias. Conforme a secretaria, são 295 leitos disponíveis na macrorregião, mas só 269 habilitados.

Já a secretaria municipal explicou que Campo Grande integra macrorregião com outros 33 municípios. Segundo a prefeitura, isso teria elevado o índice para 101%, porque os dados divulgados pelo Estado consideram os leitos existentes e ocupados nos 34 municípios da macrorregião, não só da Capital. Informou ainda que dos 291 leitos existentes na cidade, ontem 245 estavam ocupados.

Secretário Geraldo Resende defende há dias que Capital imponha medidas mais restritivas para evitar o colapso em hospitais (Foto: Henrique Kawaminami)
Secretário Geraldo Resende defende há dias que Capital imponha medidas mais restritivas para evitar o colapso em hospitais (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo Geraldo, independentemente de considerar ou não a lotação dos leitos existentes nos 34 municípios, constantemente, a maior taxa de ocupação está no Hospital Regional de Campo Grande, até porque é a unidade referência para o atendimento a casos de covid na região. Ele voltou a dizer que, contudo, somente 10% das pessoas internadas na Capital são de outras cidades. “Todos eles (hospitais) chegaram a percentual de ocupação preocupante. Estamos no limite, daqui a pouco não vamos ter pessoal para atender os pacientes”.

Sobre a ocupação de leitos, Marquinhos repetiu que a situação está controlada. Disse que há previsão de abertura de mais 40 vagas na Capital a partir da próxima semana, 30 leitos no Hospital do Pênfigo –na unidade da saída para Sidrolândia, onde hoje foi inaugurado o novo CTI– e outros 10 no HR.

“O cenário está sob controle, nunca saiu sequer uma virgula do controla da prefeitura. Pelo contrário, aqui nós temos leitos sobrando, tendo condições para aumentar. Não morreu ninguém, não está morrendo e não vai morrer nenhum ser humano que necessite de UTI nessa cidade”.

Hoje – Embora seja de costume que nas segundas-feiras, os dados sejam bem menores, por falta de equipes para atualização de resultados nas prefeituras, Mato Grosso do Sul registrou mais 14 mortes em 24 horas. No total, são 523 óbitos desde o início da pandemia e 115 sepultamentos só no mês de agosto, média de cerca de 12 mortes ao dia.

Campo Grande é responsável por 13.188 contaminações do total de 31.739 infectados até agora em Mato Grosso do Sul.

Hoje, conforme o boletim da SES, a taxa de ocupação de leitos na Capital caiu para 82%.

Hospital Adventista do Pênfigo abriu novo CTI (Centro de Tratamento Intensivo), para atender pacientes da covid-19, nesta segunda-feira (Foto: Henrique Kawamminami)
Hospital Adventista do Pênfigo abriu novo CTI (Centro de Tratamento Intensivo), para atender pacientes da covid-19, nesta segunda-feira (Foto: Henrique Kawamminami)


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