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Capital

“Não é casamento, é maldição”, diz mãe de jovem “incendiada” pelo marido

Mãe diz que luta para ajudar a filha há 17 anos, desde que ela se envolveu com drogas

Clayton Neves e Aletheya Alves | 11/08/2021 15:15
“Não é casamento, é maldição”, diz mãe de jovem “incendiada” pelo marido
Zeladora cuida dos netos de 6, 10 e 12 anos, filhos da vítima. (Foto: Paulo Francis)

O casamento conflituoso da filha, que foi agredida e teve o corpo incendiado pelo marido, foi mais um episódio da luta que a mãe da vítima, de 48 anos, trava há, pelo menos, 17 anos com a jovem, que desde os 12 anos, acabou se envolvendo com drogas. “Não é um casamento, é uma maldição”, comenta a mãe, que tenta encontrar forças para mais uma vez, se oferecer para amparar a filha, mesmo diante de insistentes recusas de ajuda.

A zeladora, que preferiu não ser identificada, conta que a jovem se relaciona com o agressor há, pelo menos, um ano, em um relacionamento marcado por brigas, agressões e uso de drogas. “Sempre imaginei que uma hora, algo ruim iria acontecer”, comenta.

Ela conta que a luta com a  filha começou ainda quando ela era adolescente e acabou se envolvendo com drogas. “Eu fiz de tudo para tirá-la dessa vida, mas ela nunca quis minha ajuda. Sou mãe solteira, precisava trabalhar o dia todo, mas fiz o que pude”, explica.

Desde então, os problemas só aumentaram, enquanto a relação das duas ficava cada vez mais distante.”Já tivemos outros problemas, essa não é a primeira vez”, conta. Segundo a zeladora, por causa do envolvimento com drogas da filha, é ela quem cuida dos netos, filhos da vítima. Crianças de 6, 10 e 12 anos. “Tem um outro que está com a avó paterna e um recém-nascido que nasceu prematuro e está na Santa Casa”, afirma.

Distante por conta da difícil relação, a mulher conta que veio em uma ligação da filha, que mora no Paraná, a notícia que não queria ouvir mas, dadas as circunstâncias, já esperava. “Ela me falou e já começou a chorar. Pensei que não podia me entregar, porque alguém precisa ser forte para ajudá-lá”, revela.

Agora, a esperança da mãe é que, diante da situação crítica, a jovem finalmente aceite ser ajudada. “Eu tenho fé que dessa vez eu vou conseguir ajudar ela, afinal, eu sou mãe e preciso fazer o máximo que conseguir por ela”, finaliza.

O caso - A vítima, de 29 anos, foi agredida e teve o corpo queimado pelo marido. Ela teve queimaduras de 2º grau em 50% dos braços na noite desta terça-feira (10), no Bairro Jardim São Conrado.

A vítima é acompanhada pela equipe de cirurgia plástica e deve ser reavaliada ao longo do dia, o que poderá mudar o percentual de 50%. Ela também vai passar por avaliação do setor de oftalmologia, já que apresenta uma lesão no olho.

O suspeito foi preso em flagrante e confessou que jogou álcool na mulher e ateou fogo no corpo dela, em seguida, ele colocou fogo em alguns móveis da casa, como sofás e cama. O Corpo de Bombeiros foi chamado pelos vizinhos, que viram a fumaça na residência e encontraram a mulher inconsciente no quintal.

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