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Capital

No caminho do asfalto, moradores esperam por desapropriação desde 2023

A via partirá da Avenida Alto da Serra até a Rua Salomão Abdala, conectando a Guaicurus, Rita Vieira e Zahran

Por Viviane Oliveira | 15/10/2025 09:49
No caminho do asfalto, moradores esperam por desapropriação desde 2023
Criança brinca na Rua Salomão Abdala, que deve receber a continuidade do asfalto (Foto: Marcos Maluf)

No caminho do asfalto, moradores da Rua Salomão Abdala, no Bairro Itamaracá, e de ruas próximas no Jardim Campo Alto, em Campo Grande, aguardam desde 2023 definição da Prefeitura sobre desapropriações. Parte das casas será retirada e outras perderão trechos dos terrenos para a conclusão da obra que, há cinco anos, promete abrir um novo acesso à região das Moreninhas.

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Moradores da Rua Salomão Abdala e adjacências, em Campo Grande, aguardam desde 2023 definições sobre desapropriações para a conclusão de obra viária. O projeto, que prevê a retirada de 52 imóveis, visa criar novo acesso à região das Moreninhas, melhorando a mobilidade na zona sul da cidade.A obra, orçada em R$ 32 milhões, é uma parceria entre Prefeitura e Governo do Estado. Iniciada em 2022, conectará as avenidas Guaicurus, Rita Vieira e Eduardo Elias Zahran, mas enfrenta atrasos devido a processos de desapropriação, alguns em âmbito judicial.

Em janeiro daquele ano, o Diário Oficial do Município publicou a lista de 52 imóveis que seriam afetados pela abertura das novas vias, obra considerada estratégica para melhorar a mobilidade na região sul da cidade.

Morando há 12 anos na Rua Beethoven com a esposa e dois filhos, de 6 e 11 anos, o pedreiro Antônio conta que a prefeitura já marcou com tinta vermelha as casas que serão desapropriadas. Ele afirma que esteve na Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) há cerca de oito meses, levando o documento entregue pela própria equipe da prefeitura, e desde então aguarda uma resposta. “É todo o quadrilátero que vai ser desapropriado. Aqui é área de comodato, não tenho escritura, só água e luz no meu nome. Ainda não sei pra onde vamos”, relata.

No caminho do asfalto, moradores esperam por desapropriação desde 2023
O pedreiro Antônio contou que sua casa deve ser desapropriada e segue aguardando um posicionamento da prefeitura  (Foto: Marcos Maluf)

O pensionista Arnoldo Miranda, de 67 anos, mora há 16 anos na Rua Salomão Abdala e deve perder 18 metros do terreno onde construiu sua casa, adquirida com escritura em 2009. “O engenheiro da prefeitura veio aqui e disse que, se passasse a avenida, eu perderia parte do terreno. O vizinho vai perder tudo. Disseram que vão pagar, mas a avaliação é muito baixa”, diz.

No caminho do asfalto, moradores esperam por desapropriação desde 2023
Arnoldo mostra o pedaço do terreno que será atingido pelas obras de asfalto e alargamento da Rua Salomão Abdala (Foto: Marcos Maluf)

Arnoldo comprou o imóvel por R$ 17 mil e investiu outros R$ 15 mil em muro e cobertura. “O asfalto vai valorizar o bairro, mas a obra com maquinário pesado vai quebrar a casa, as paredes vão rachar. Reformar custa mais caro que construir outra”, lamenta. Ele segue aguardando um posicionamento da prefeitura sobre o destino do imóvel.

O aposentado José Jorge Rodrigues, de 67 anos, mora há mais de três décadas na Rua Salomão Abdala e também aguarda o desfecho. “Vieram medir duas vezes e estipularam R$ 182 mil no ano passado, mas ficou só na conversa. Quero mexer na casa, mas não posso, porque disseram que vai ser demolida”, reclama.

Questionada sobre o andamento das desapropriações, a Sispep (Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que o processo é conduzido pela PGM (Procuradoria-Geral do Município), enquanto a execução da obra é de responsabilidade do Governo do Estado.

No caminho do asfalto, moradores esperam por desapropriação desde 2023
Da outra ponta, nas Moreninhas II, na Rua Airton Senna, parte de asfalto já foi concluida (Foto: Marcos Maluf)

Localizado na saída para São Paulo, o bairro depende quase exclusivamente da Avenida Gury Marques como via de entrada e saída. A expectativa é que a nova ligação com a Avenida Guaicurus ajude a desafogar o trânsito e facilite o deslocamento de quem vive na região sul da Capital. Na última semana, a prefeitura confirmou que as desapropriações têm travado o andamento do projeto.

Anunciada em 2020 e iniciada em 2022, a obra integra um pacote de investimentos de R$ 32 milhões, em parceria com o Governo do Estado. A ligação parte da Avenida Alto da Serra até a Rua Salomão Abdala, conectando as avenidas Guaicurus, Rita Vieira e Eduardo Elias Zahran. A parte de desapropriação dos imóveis ficou com a Prefeitura da Capital.

Apesar do avanço na primeira fase, o trecho que deve unir a Alto da Serra à Salomão Abdala continua parado. Neste ano, a prefeita Adriane Lopes reconheceu o atraso e afirmou que o impasse se deve às negociações para desapropriação das áreas, algumas delas em processo judicial. O Governo do Estado garantiu que a obra segue em andamento. Parte dela, nas Moreninhas, já foi concluída.

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