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Capital

No tribunal, mulher que teve 40% do corpo queimado pede a absolvição do marido

O crime aconteceu por volta das 18h do dia 12 de setembro de 2018, na casa onde o casal vivia com as filhas

Viviane Oliveira e Bruna Marques | 16/06/2021 11:42
Maggayver durante julgamento realizado nesta manhã no Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami) 
Maggayver durante julgamento realizado nesta manhã no Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami)

A dona de casa Elaine Teixeira Gamarra, de 31 anos, que teve 40% do corpo queimado pelo marido, Maggayver Corrêa Gonçalves, de 35 anos, enquanto amamentava a filha, quer a absolvição dele. “Acredito que isso aconteceu por causa da bebida. Ele é um bom pai, tranquilo e nunca havia sido agressivo”, disse durante julgamento do esposo, na manhã desta quarta-feira (16), na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

O crime aconteceu por volta das 18h do dia 12 de setembro de 2018, na casa onde o casal vivia com as duas filhas pequenas, na Rua Capitão Airton P. Rebouças, no Bairro São Conrado, em Campo Grande. À época, Elaine estava grávida de 3 meses, amamentava uma das filhas de 1 ano e 3 meses no quarto, quando após discussão, o marido jogou tíner (solvente de tinta) em seu corpo e ateou fogo. Atualmente, Maggayver trabalha como vigilante e responde a outro processo por estupro.

Elaine enquanto era ouvida pelo juiz e os jurados (Foto: Henrique Kawaminami) 
Elaine enquanto era ouvida pelo juiz e os jurados (Foto: Henrique Kawaminami)

Sofrimento - A criança também foi atingida e sofreu queimaduras de 2º graus nos pés. As duas foram para a Santa Casa, a filha logo recebeu alta, mas ela ficou 28 dias internada na Santa Casa com ferimentos nas pernas, pés, panturrilha, coxa e na parte de trás do braço direito. Durante o tratamento, ela  perdeu o bebê. “Eu perdi por causa dos remédios fortes que tomava para dor”, contou.

Quarto, segundo fotografia anexada ao processo, foi destruído pelo fogo (Foto: reprodução/processo) 
Quarto, segundo fotografia anexada ao processo, foi destruído pelo fogo (Foto: reprodução/processo)

Maggayver chegou a ser preso pelo crime, mas logo depois passou a responder ao processo em liberdade.

Após Elaine receber alta e passar um tempo em São Paulo para tratar doença de uma das filhas, o casal reatou o relacionamento e tive mais uma filha.

Ela tem cinco filhos no total, dois deles do primeiro casamento moram com a mãe, que tem a guarda.

Segundo relatos de Elaine ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, enquanto o marido esteve preso nunca foi visitá-lo, mas depois que Maggayver saiu da prisão, se aproximou dele porque precisava de ajuda com as crianças. “Ele nunca havia sido agressivo, nunca foi de machucar e bater. Eu creio que na hora [que ateou fogo no corpo dela] ele estava bêbado. Depois que paramos de beber, nossa relação melhorou muito”, explicou.

Elaine não se lembra do motivo da briga que antecedeu o crime porque também estava sob efeito de álcool. “Só me recordo que estava deitada no colchão amamentando a minha filha, quando ele jogou o tíner e ateou fogo em mim”.

Em seguida, conforme a mulher, o marido saiu correndo para buscar socorro. “Ele não impediu ninguém de entrar, foi atrás do vizinho para me socorrer e chamar ajuda. Quem conhece sabe que ele é uma pessoa boa”, contou. O resultado do julgamento deve sair à tarde. Na ocasião, o caso foi registrado como incêndio qualificado, feminicídio, violência doméstica e familiar na forma tentada.

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