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Capital

Nos bairros com maior índice de mosquito da dengue, lixo explica tudo

Nos três bairros em situação de risco para infestação o Campo Grande News encontrou várias possíveis foco do mosquito

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 11/11/2017 08:55
Nos bairros risco, o lixo se acumula nas ruas e possíveis foco do mosquito são facilmente encontrados (Foto: André Bittar)
Nos bairros risco, o lixo se acumula nas ruas e possíveis foco do mosquito são facilmente encontrados (Foto: André Bittar)

Nos três bairros de Campo Grande em situação de risco para infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, todos os moradores já conhecem a causa da liderança das regiões no ranking divulgado pela Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais, da secretaria municipal de Saúde: o lixo.

Segundo o LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes Aegypti), Jardim Noroeste, Cidade Morena e Moreninha são os bairros em risco para infestação do mosquito.

Não é preciso andar muito para encontrar pilhas de lixo e possíveis focos de dengue pelas ruas desses bairros. A reclamação entre os moradores também é comum e o ‘desleixo’ dos vizinhos aparece em cada depoimento. Foi essa situação que a reportagem do Campo Grande News encontrou no Jardim Noroeste.

“Limpo meu quintal, mas tem um monte de vizinhos que jogam lixo nos terrenos”, revelou a moradora Ana Paula Marques, de 35 anos. O Noroeste foi apontado na pesquisa como o recordista em número de focos. Durante as inspeções, foram encontrados focos positivos para o mosquito em 7% dos imóveis visitados da região localizada na saída para Três Lagoas.

No ano passado, Ana Paulo viu o marido sofre de dengue hemorrágica e desde de então criou o hábito de cuidar possíveis focos de dengue. E o caso de Luzia Menezes, de 32 anos. “Onde vejo uma vasilha com água parada, viro e amasso, para não correr risco de virar criadouro do mosquito”, contou.

Segundo ela, quem mora na região sofre com o grande número de mosquitos, o que torna impossível “dormir sem um ventilador”. Para a balconista Kelly Nascimento, de 32 anos, a quantidade de lixo nas ruas e terrenos é uma consequência do comportamento dos próprios moradores. “Sempre tem lixeiro por aqui, mas sempre tem lixo. Na minha casa nunca ninguém teve dengue, mas tenho muito medo”, contou.

Lixos tomam conta das ruas e vasilhas acumulam água (Foto: André Bittar)
Lixos tomam conta das ruas e vasilhas acumulam água (Foto: André Bittar)
Pneus jogados viram criadouros do Aedes Aegypti (Foto: André Bittar)
Pneus jogados viram criadouros do Aedes Aegypti (Foto: André Bittar)

A situação não é diferente no Bairro Moreninhas. Para Rosangela Bernado, de 42 anos, o lixo que toma conta de terrenos baldios é de longe a maior preocupação. “Onde passo e vejo vasilha com água jogo fora. Tem vizinho que cuida, outros não e os próprios moradores jogam lixo, não adianta a prefeitura limpar”.

No Cidade Morena a decisão de cuidar do bairro partiu dos próprios moradores. Essa foi a solução encontrada pelo moto entregador Robson Luiz de Oliveira, de 30 anos, e um vizinho. “Começamos a bater o pé para não jogarem mais lixo”. Ele contou à reportagem que recentemente os terrenos próximo a casa em que mora foram limpo e placas proibindo o depósito de lixo colocadas em cada um. “Antes disso, o lixo estava tomando conta da rua”.

Dengue - O último boletim epidemiológico foi divulgado pela SES (Secretaria do Estado de Saúde) nesta sexta-feira (10) e mostrou o menor número de casos de dengue em Mato Grosso do Sul em sete anos. Foram registrados 5 313 casos neste ano, mais de 91 % a menos do que o contabilizado no ano passado.

Do dia 26 de outubro, até 4 de novembro, 53 novos casos foram registrado pela SES. Em todos o ano, o número chega a 5 313, mais de dois mil deles em Campo Grande. A doença matou três pessoas neste ano em todo o Estado. Durante todo ano de 2016, foram registrados 59 874 casos em Mato Grosso do Sul.

No Jardim Noroeste, lixo em terreno baldio preocupa moradores (Foto: André Bittar)
No Jardim Noroeste, lixo em terreno baldio preocupa moradores (Foto: André Bittar)
Os três bairros com maior  infestação do mosquito Aedes aegypti ficam na periferia de Campo Grande (Foto: André Bittar)
Os três bairros com maior infestação do mosquito Aedes aegypti ficam na periferia de Campo Grande (Foto: André Bittar)
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