Nos cemitérios privados, força-tarefa é montada para receber visitantes
Tendas de orientação, lanchonete, veículos e cadeiras de rodas foram oferecidos para facilitar movimentação dos visitantes

O Dia de Finados é a data oficial para se reverenciar familiares e amigos que se foram. É a data que une as pessoas, seja na tristeza pela perda ou na lembrança dos bons momentos vividos.
Mas, enquanto nos cemitérios públicos a organização centrou-se na fiscalização do trânsito e da ação dos vendedores ambulantes, nos cemitérios privados foi montada força-tarefa para receber e auxiliar os visitantes. Desde cadeira de rodas a tendas para orientação, a estrutura é diferenciada no dia de maior movimentação do ano.
No Cemitério Parque das Primaveras são esperadas 50 mil pessoas neste fim de semana. A proprietária Tereza Cristina Lopes disse que 43 funcionários foram mobilizados neste feriado, já que muitas pessoas também aproveitam o domingo para prestar homenagens. Atualmente, há 15 mil túmulos na área de 15 hectares.
Mais dois veículos foram alugados para auxiliar os idosos que querem visitar túmulos em áreas mais distantes da sede. Também há várias cadeiras de rodas para facilitar a mobilidade.
A aposentada Astrogilda Rabelo, 89 anos, foi acompanhada do filho, o motorista de aplicativo Pedro Rabelo, 32 anos, visitar o túmulo de filho mais velho, César, morto em 1987 em decorrência de leucemia. Religiosamente, os dois vão ao cemitério no Dia de Finados e na data de aniversário de César.
“Teve uma época em que eu ficava o dia inteiro no cemitério, eu mantenho a lembrança dele viva, junto de mim”, disse Astrogilda. Para Pedro, é uma forma de conexão, já que ele não conheceu o irmão: César morreu no ano em que ele nasceu. Depois que a mãe rezou o terço, os dois se sentaram em um dos bancos. “A gente ainda fica um pouco mais, para ficar junto dele”, disse o motorista.
O advogado Samuel Carvalho Jr, 55 anos, esteve hoje no cemitério para visitar o túmulo do pai, dos avós, de um amigo e dos pais desse amigo. Ele diz que hoje estava voltando para casa e decidiu parar, mas que sempre visita os túmulos, independentemente da data. “Eu acho que é uma forma de reverenciar o passado e manter o respeito por quem já se foi”.
No Memorial Park, os visitantes tiveram acesso a estacionamento montado para a data, por conta do aumento da demanda, além de pessoal sinalizando o caminho. Também foram montadas tendas em que funcionários ajudavam na localização dos túmulos, divididos em quadras e alamedas.
O aposentado Ney Peixoto, 72 anos, esteve esta tarde para visitar a esposa, morta há três anos, de câncer. A lembrança e a saudade são diárias, mas faz questão da visita no Dia de Finados, em respeito aos 40 anos em que viveram juntos. “Não são 40 dias, né? Fica uma lacuna”.