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Capital

Nova associação de escolas privadas estuda plano para retorno

Recém criada, Associação das Instituições Particulares de Ensino de Campo Grande quer biossegurança para atividades presenciais

Izabela Sanchez | 29/04/2020 09:16
Representantes de instituições de ensino durante reunião que definiu a criação de uma associação (Foto: Divulgação)
Representantes de instituições de ensino durante reunião que definiu a criação de uma associação (Foto: Divulgação)

Escolas e universidades privadas de Campo Grande criaram associação, na terça-feira (29), para avançar nas discussões de um plano de biossegurança junto à prefeitura de Campo Grande para o retorno às aulas presenciais. Conforme explicaram os representantes ao Campo Grande News, duas reuniões junto ao executivo do município já começam a dar forma ao plano de retorno.

Ainda assim, destacaram que não há data definida e que, no momento, “esse não é o objetivo”. O mais provável, disseram, é que seja em junho, mas não arriscam cravar este mês como a data da volta às aulas presenciais.

A Associação das Instituições Particulares de Ensino de Campo Grande já tem 22 empresas associadas, desde escolas que trabalham exclusivamente com ensino infantil até universidades. Ainda assim, os representantes destacam que há cerca de 40 instituições entre as interessadas.

Discussão – Presidente da Associação, Lucio Rodrigues Neto representa o Colégio Status, que abrange do ensino infantil, passando pelo fundamental e integral até o médio. Ele afirma ter sentido clima positivo nas duas reuniões que aconteceram até agora. Uma terceira ocorre esta tarde, ainda em horário por definir, conforme explicou.

“Está sendo positivo. Na verdade é independente de data, a gente não tem expectativa, mas em qualquer momento que voltarmos vamos ter que voltar diferente. A Associação não é pra forçar a volta, mas sim que, para quando voltar, consigamos preservar a integridade física das crianças e dos colaboradores”, cita ele.

Lucio relata que o plano de biossegurança será construído junto à equipe técnica da Prefeitura e com a vigilância sanitária. “Vamos construindo com o tempo, da vigilância, com a parte técnica. Isso está tendo também nos países da Europa, a gente precisa construir algo para apresentar para os pais. Temos muitos pais que não estão seguros nem agora e nem no final do ano, precisam sentir que vamos oferecer segurança”, comentou.

Escolas ficaram à margem – A Associação criou 4 diferentes setores para organizar demandas e projetos, desde a elaboração do plano de segurança sanitária até o marketing. Conselheira fiscal, Camilla Rodrigues Vianna Vasconcelos é gestora administração do Colégio João Batista e participa da comissão que vai elaborar o plano que será apresentado à Prefeitura.

Ela relata que a Associação surgiu porque as instituições sentiram que a retomada gradual e regrada do comércio e serviços durante a pandemia deixou empresas de ensino de fora. “No momento que eu percebi que a gente estava sem respostas, comecei a entrar em contato com algumas escolas. Nos propusemos a fazer um projeto de biossegurança pra gente fazer um retorno gradativo. As academias já fizeram, as igrejas já fizeram”, cita.

Camila relata que a Associação tem percebido, junto à Prefeitura, que a volta das escolas particulares pressiona o ensino público, que tem mais dificuldade em se adequar às regras sanitária, que além de tudo, têm um custo. “A escola pública não tem caixa, não tem preparo para conseguir por em prática esse projeto, ter equipamentos, reduzir a quantidade de alunos por sala”, comenta.

Reunião ocorreu em um dos estabelecimentos de ensino de Campo Grande (Foto: Divulgação)
Reunião ocorreu em um dos estabelecimentos de ensino de Campo Grande (Foto: Divulgação)

Conforme explicou, a Associação procurou o governo do estado, que demonstrou abertura às discussões, mas que a tratativa, neste caso, é apenas com a Prefeitura de Campo Grande. Entre as ideias que já surgiram para o plano de biossegurança, cita redução do número de alunos em sala, álcool em gel desde a entrada até todos os espaços, e aparelhos para aferir temperatura corporal já foram citados.

“É muito recente, mas já conseguimos encontro com a diretora do Senac que quer ajudar na composição desse projeto, médicos querem ajudar. A gente já tem ideias, não basta ter o plano, a gente precisa entender como podemos desempenhar essa atividade sem causar prejuízo à saúde, a gente tem consciência de que temos que ter cautela”, afirma.

Desafio para escolas infantis – Conforme levantou o Campo Grande News, a suspensão das atividades presenciais está atingindo, mais do que outras modalidades, as empresas que trabalham exclusivamente com ensino infantil. Pela dificuldade, em razão da idade das crianças, de manterem as aulas à distância, cancelamentos de matrículas já ameaçam fechar escolas e há demissão quase total de professores em algumas instituições.

Representante da Escola Biovilla Perpétua Dutra afirma que o projeto elaborado para o ensino até agora não contempla as aulas para as crianças, o que tem representado desafio para as escolas. “A escola de educação infantil está sendo desafiada porque ela precisa prestar um serviço, os pais estão cobrando, a sociedade cobra, nós temos um direcionamento de órgãos competentes para trabalhar com atividades não à distância, mas de vídeo, ferramentas online, mas isso não veio ao encontro do nosso público”, cita.

O presidente da Associação afirma que, além disso, há entre os clientes diversos profissionais de saúde que estão tendo dificuldades para manter os turnos de trabalho – principal frente de combate à Covid-19 – em meio ao cuidado com os filhos pequenos. “Tem profissionais de saúde que estão em casa porque não tem com quem deixar os filhos”, diz.

A reportagem procurou a prefeitura por meio da assessoria de imprensa, mas ainda não possível obter resposta.

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