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Capital

Obra de acesso à UCDB é mais uma abandonada por empreiteira

Projeto para obras da Marechal Câmara já recebeu investimento de R$ 1,4 milhão para finalização

Danielle Valentim | 27/03/2019 06:15
Ao fundo é possível ver a torre da UCDB. (Foto: Marina Pacheco)
Ao fundo é possível ver a torre da UCDB. (Foto: Marina Pacheco)

Moradores do entorno da UCDB (Universidade Católica Bom Bosco) e mais de 10 mil acadêmicos que usariam um novo acesso à unidade de ensino vão ter de aguardar mais um pouco. Mesmo com dinheiro em caixa para a pavimentação e construção de calçadas táteis, os trabalhos que começaram em 2014 pararam de vez. Ainda em 2017, parceria entre município e governo investiu R$ 1,4 milhão no local, mas a empreiteira que venceu a licitação abandonou a obra.

Segundo representantes da prefeitura e do governo do Estado, a situação de abandono é mais um reflexo da “lei de licitações", que precisa de mudanças.

Tanto o Prefeito Marquinhos Trad (PSD), quanto o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) já pontuaram que a defasagem da legislação deixa a gestão pública de mãos atadas diante da desistência de empresas que querem ganhar mais do que estabeleceu o edital para a obra.

Retomada - Em 2017, a Prefeitura retomou 16 frentes de trabalho que haviam sido lançadas em 2014, entre elas obras do Complexo Seminário Etapa A, que abrange a abertura e pavimentação da Rua Marechal Câmara.

As reparações foram anunciadas com recursos do PAC Pavimentação e Qualificação de Vias Urbanas, sendo que parte dos trechos beneficiados estava parada ou nem sequer iniciada.

Para conclusão de obras, do referido Complexo Seminário Etapa A, parceria com o Governo viabilizou R$ 1.437.195,23 de contrapartida e de realinhamento das planilhas. No mesmo período seriam concluídas as obras das quatro etapas do Atlântico Sul, por um custo de R$ 1,368 milhão.

Naquele ano, a implantação de calçadas no Jardim Seminário e a abertura do prolongamento da Rua Marechal Câmara - terceira de via de acesso (junto com a Tamandaré e a Rua Cardeal Arcoverde) à UCDB - já tinham iniciado.

À época, o asfalto foi feito no trecho entre as ruas Tenente Lira e Frederico Abranches. A pavimentação do trecho final até a universidade só dependia do realinhamento da rede de energia elétrica pela Energisa.

Neste trecho só se passa a pé. (Foto: Marina Pacheco)
Neste trecho só se passa a pé. (Foto: Marina Pacheco)
Dona Irene pontua que a espera se arrasta por 20 anos. (Foto: Marina Pacheco)
Dona Irene pontua que a espera se arrasta por 20 anos. (Foto: Marina Pacheco)

O Campo Grande News visitou a rua nesta terça-feira (26) e constatou que nada avançou. A abertura existe, mas nem toda a extensão é trafegável.

Com muita dificuldade, o carro da reportagem conseguiu entrar na Marechal Câmara, no sentido bairro/UCDB a partir da Rua São Heládio. Antes disso, no trecho com Rua São Simão, a passagem é impossível.

Seguindo pela Marechal Câmara até os fundos da UCDB não há residências. Mas a reportagem conversou com moradores nas vias laterais.

Dona Irene Vila, de 63 anos, é moradora da Rua São Heládio. Ela conta que as obras são aguardadas há pelo menos 20 anos e lembra-se de quando a São Higíno estava na mesma situação.

“Antes era a São Higíno asfaltaram e deixaram para trás a Marechal Câmara. Começaram a abrir, pararam, e agora está assim. Isso ajudaria muito os estudantes”, disse.

Entre o pacotão de R$ 169 milhões, R$ 15 milhões são contrapartida do Governo. (Foto: Paulo Francis)
Entre o pacotão de R$ 169 milhões, R$ 15 milhões são contrapartida do Governo. (Foto: Paulo Francis)

Mais dinheiro– Neste mês de março, Prefeitura e Governo assinaram a 2ª etapa do “Juntos por Campo Grande” com um pacote de investimentos de R$ 169 milhões.

Os recursos contemplam diversas obras importantes de mobilidade como a avenida Cônsul Assaf Trad, trajeto de quem vai ao Shopping Bosque dos Ipês, e novamente, a via de acesso à UCDB.

O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, explicou que as obras financiadas pela Prefeitura com a Caixa Econômica Federal só sairão do papel por conta do investimento do Governo de mais R$ 15 milhões.

Desta vez, a contrapartida do Governo foi divida em três partes, sendo: R$ 9,7 milhões do PAC Pavimentação, R$ 3 milhões do PAC Mobilidade Urbana e R$ 2,3 de revitalização do Anhanduí. A prefeitura não informou detalahadamente quanto será direcionado à Rua Marechal Câmara.

A Universidade já inaugurou uma nova entrada para quem vier por aquela rua. Segundo o reitor da UCDB, Padre Ricardo Carlos, os investimentos beneficiarão cerca de 10 mil alunos e funcionários que diariamente frequentam a instituição. “A pavimentação vai desafogar, consideravelmente, o tráfego de veículos, principalmente, nos horários de entrada e saída das aulas, nos períodos matutino e vespertino”, disse.

Mais espera - A conclusão do terceiro acesso à UCDB ainda não será realidade neste início de ano. Conforme a Prefeitura de Campo Grande a obra integra o Complexo Seminário Etapa A, que foi abandonado pela empreiteira.

O nome da empresa que venceu a licitação e pediu a rescisão do contrato não foi divulgado pela Prefeitura. No entanto, o Executivo informa que será feita uma nova concorrência para concluir o asfalto e construir calçadas e sinalização.

Os projetos de todas as etapas do Seminário e Atlântico Sul serão agrupados para que a mesma empresa conclua os serviços em todas essas regiões. Os recursos do Estado serão aplicados no reajustamento dos contratos e na contrapartida.

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