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Capital

PM aposentado e militar expulso forjam operação e roubam 2,6 milhões em cocaína

Usando coletes, homens se passaram por policiais civis e levaram 65 kg da droga

Por Dayene Paz e Antonio Bispo | 20/11/2023 10:15
Coletes apreendidos durante operação nesta segunda-feira. (Foto: Divulgação/PCMS)
Coletes apreendidos durante operação nesta segunda-feira. (Foto: Divulgação/PCMS)

Quatro homens - incluindo um policial militar da reserva e um ex-PM - que se passaram por policiais civis e roubaram 65 quilos de cocaína, em Campo Grande, foram alvos da Operação Impostores, deflagrada pela Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) na manhã desta segunda-feira (20). A ação teve apoio do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros).

Os 65 kg de cocaína, pela tabela de valores da PRF (Polícia Rodoviária Federal), estão avaliados em aproximadamente R$ 2,6 milhões.

A operação de hoje cumpre quatro mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar. As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Até o momento, duas prisões foram cumpridas e as diligências continuam.

Conforme o delegado Francis Freire, da Derf, o policial militar aposentado é suspeito de ser o chefe da quadrilha. Ele, que ainda não foi encontrado, e o outro ex-PM já foram condenados por tráfico de drogas. Agora, a polícia quer saber quem passava informação para a quadrilha sobre o entorpecente.

Esse tipo de caso é conhecido como Cifra Negra, crime incomunicável, como nesse caso em questão, que a pessoa não pode denunciar à polícia que teve a droga roubada. O traficante vai responder por tráfico de drogas.

Dos 65 quilos, a polícia recuperou 18 quilos de cocaína (Foto/Divulgação)
Dos 65 quilos, a polícia recuperou 18 quilos de cocaína (Foto/Divulgação)

Entenda - No dia 18 de outubro deste ano, um morador da comunidade Aguadinha, na região do Jardim Noroeste, registrou boletim de roubo a residência, ocasião em que teriam sido levadas joias, celulares e R$ 15 mil em dinheiro. Com informações contraditórias, ele foi confrontado e acabou revelando que na verdade atuava como “guarda-roupa” - pessoa que guarda drogas para traficantes - e escondia 65 quilos de cocaína em sua residência.

Na data do roubo, foi abordado por homens que se identificaram como policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). Eles usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive” (forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais). Também utilizavam dois veículos, um Volkswagen Gol de cor vermelha e Chevrolet Ônix prata.

Os supostos policiais realizaram buscas na casa, oportunidade em que “apreenderam” 65 kg de cocaína e dois celulares. Os autores efetuaram a “prisão” do homem, o colocaram no Ônix, informando que o conduziriam à Denar. Contudo, no trajeto, os falsos policiais liberaram o homem no Bairro Cristo Redentor.

Ele relatou que somente registrou o boletim de ocorrência noticiando falsamente o furto de dinheiro e joias porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à facção criminosa, sob pena de ser morto.

A investigação - A Derf identificou quatro autores: um policial militar da reserva, de 59 anos, um ex-policial militar expulso em 2004, de 52 anos, um vigilante, de 48 anos, e um técnico em agrimensura, de 25. Todos foram indiciados por roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e fingir-se funcionário público.

A polícia apreendeu até o momento os dois carros utilizados no roubo da droga, uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais sem identificação. Um dos homens também foi preso em flagrante por tráfico de drogas, pois estava com aproximadamente 250 gramas de pasta base de cocaína.

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