A importância de preparar as novas gerações
Em nenhuma época as novas gerações ficaram tão descuidadas em seu preparo para a vida como agora. A questão é que as crianças devem ser orientadas desde cedo. Vale lembrar também que a adolescência sempre foi marcada pela melancolia dos jovens que percebem a dor do mundo sem compreendê-la, sem encontrar alguém que explicasse claramente as causas e consequências, e sobre o significado e a finalidade da vida. A maioria passava por essa fase que, entre farras e bebedeiras, era logo esquecida.
Os jovens devem se conscientizar que a adolescência é a fase da passagem da criança para o ser adulto para que possam se tornar autoconscientes, dotados de discernimento e bom senso, de modo a compreenderem o funcionamento das leis universais da Criação e evoluir.
Enquanto os seres humanos vão levando a vida, muitos numa luta áspera pela sobrevivência condigna, os líderes globais se reuniram recentemente para definir os rumos da guerra na Ucrânia, isto é, discutir o futuro que nos aguarda, pacífico ou belicoso. Que façam uso do bom senso.
No Brasil, continuamos em déficit geral, exportando as matérias-primas; a indústria secando, importando muito, renda baixando, educação decaindo. Qual será o futuro das novas gerações? O Banco Central (BC) cria dinheiro. Governos desequilibram as contas tomando dinheiro financiado. O mercado olha para o risco. O BC utiliza a taxa de juros para controlar a moeda. Quem define a taxa? De onde vem o dinheiro para pagar os juros? Quem arca com o ônus?
O sistema seguiu os anseios dos homens para conquistar riqueza e poder gerando desigualdades e disparidades entre as nações. Teóricos desenvolveram teorias econômicas que justificassem essa situação, enquanto outros semeavam a rebelião das massas. Os seres humanos são desiguais entre si, mas as nações mais desenvolvidas poderiam ter colaborado para que as mais atrasadas encontrassem um caminho para sair da pobreza para uma existência condigna.
Cada pessoa faz o que quer com o dinheiro próprio. O básico numa nação é o bom preparo para a vida e o trabalho, produzir bens essenciais e necessários, remuneração condizente e a busca do equilíbrio. As nações querem levar vantagens umas sobre as outras. Os governantes querem tirar proveito e se perpetuarem no poder, e vão desvirtuando tudo. Externamente, fazem acordos cedendo as riquezas e o mercado. Internamente, vão mantendo a população sem bom preparo, oferecendo pão e circo. Em vez de empregos, oferecem auxílios, e tudo vai se desmanchando. De repente a nação se torna um amontoado de gente com crescente desigualdade na renda. Os gastos públicos aumentando. Os impostos também, enquanto o PIB fica estagnado. Para gerar renda e consumir bem é necessário produzir.
Os seres humanos, em geral, e as novas gerações, em particular, estão se desconectando de sua essência. Ao se afastar das leis espirituais da Criação, o ser humano se desconectou de sua alma espiritual. Lamentavelmente, a aspereza global é uma construção da humanidade. Em outras palavras, perguntado sobre o futuro da humanidade, o autor de Sapiens, Yuval Harari, recomenda a reconstrução da confiança na espécie humana.
O tempo dos estadistas sábios concorrendo aos cargos eletivos já passou. O tempo das tesouras na manipulação do poder está no fim. Estamos no tempo dos dominadores do Estado a ferro e fogo, buscando a destruição dos concorrentes. O ser humano se tornou uma peça no mecanismo. Saudade de um tempo distante. Virá o tempo no qual os seres humanos serão humanos e construirão uma civilização respeitando as leis da Criação, atraindo Luz sobre a Terra.
(*) Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP
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