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Capital

Operários do Minha Casa, Minha Vida vivem em condições precárias

Nadyenka Castro | 20/03/2013 16:37
Trabalhadores conversam com fiscais do MPT. (Foto: Divulgação)
Trabalhadores conversam com fiscais do MPT. (Foto: Divulgação)

Quinze trabalhadores de um residencial do programa Minha Casa, Minha Vida, da construtora Brookfield Incorporações, no Portal Caiobá, em Campo Grande, estão sem receber salários e vivem em condições degradantes. A situação foi flagrada pelo MPT (Ministério Público do Trabalho), ontem, após denúncias.

De acordo com o MPT, os operários foram contratados pela empreiteira JN Construções Instalações Hidráulicas e Elétricas e contaram sobre o atraso na remuneração mensal, que estavam tendo descontos ilegais, que o fornecimento da alimentação seria interrompido e que os dois alojamentos não eram adequados.

Os 15 trabalhadores foram contratados pela terceirizada JN, em Goiânia, mas vieram de diferentes estados, como Pará, Maranhão, Tocantins e Goiás, com expectativa de ganhar em torno de R$ 2,5 mil mensais. Após dois meses de trabalho em Campo Grande, a empresa JN parou de realizar os pagamentos alegando que não estaria recebendo da Brookfield Incorporações, dona do Residencial Celina Martins Jallad, que é construído com recursos públicos.

Os trabalhadores estão alojados em duas casas próximas à obra do Portal Caiobá. No alojamento onde estão 10 trabalhadores, não há camas em quantidade suficiente, há pessoas dormindo em redes, os colchões disponíveis são inadequados, não foram fornecidas roupas de cama e não há condições de higiene. Para tomar banho, eles utilizam um cano no quintal da residência, em local aberto, porque o banheiro não tem condições de uso.

Trabalhador mostra cano de água utilizado para o banho. (Foto: Divulgação)
Trabalhador mostra cano de água utilizado para o banho. (Foto: Divulgação)

Os empregados relataram, ainda, que quando chove, entra água no local e que foram informados que, por falta de pagamento, o fornecimento da alimentação seria interrompido. Eles foram dispensados pela empreiteira JN, mas estão sem receber salários e sem condições de sair dos alojamentos.

A obra é financiada pelo governo federal e estadual, como parte do programa Minha Casa Minha Vida. Segundo o procurador do trabalho Leontino Ferreira de Lima Júnior, que esteve vistoriando os alojamentos, as duas empresas, tanto o empregador direto quando a dona do empreendimento, serão responsabilizadas.

A Brookfield foi notificada pelo MPT a comparecer em audiência, nesta tarde, para tratar da solução do problema. O Ministério Público do Trabalho já move ação contra a Brookfield Centro-Oeste Empreendimentos Imobiliários S.A por irregularidades nos canteiros de obras dos condomínios da Vila Margarida e do Jardim América, em Campo Grande, com pedido de indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 500 mil, por causa de acidente que resultou na morte de um empregado e pela situação de risco à segurança e saúde dos trabalhadores.

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