Pacientes reclamam da falta de médico e espera de 3h na triagem

Pacientes reclamam e, agora, até esperam por mais de três horas para passar pela triagem na rede pública de saúde da Capital. No Centro Regional de Saúde do Conjunto Aero Rancho, algumas pessoas chegaram até a desistir na manhã desta segunda-feira (20) devido ao longo tempo de espera por atendimento na área de emergência.

Desanimada e revoltada, a aposentada Helena Alves Coelho, 66 anos, reclamou da falta de médico na unidade de saúde. Ela contou que trata de um problema decorrente do AVC (Acidente Vascular Cerebral), que sofreu há dois anos. Sua revolta também é porque mora no bairro desde sua fundação e ajudou na coleta de assinaturas para que o posto fosse construído.

Hoje Helena não frequenta mais o local devido o mal atendimento e falta de médicos, preferindo completar o tratamento de saúde em um posto do bairro vizinho.

"Não havia doses suficientes da vacina de gripe e quando já ia desistir, eu consegui receber a vacina. Aqui infelizmente a demora é algo que virou rotina" desabafou a senhora, que foi acompanhando a nora que estava passando mal.

O vigilante Cícero de Souza, 58 anos foi mordido por um cão de guarda na madrugada. Ele aguardava há mais de duas horas  e meia pelo atendimento.

"Daqui para de noite me chamam. O atendimento aqui é de dar nojo. Só vim mesmo porque é grave e tive inúmeros cortes, além do meu braço estar muito inchado, nem sei se atingiu o osso. O jeito é esperar já que não posso ir direto para a Santa Casa, antes de ser atendido pelo posto" reclamou o vigilante.

A dona de casa Florentina da Silva, 43, contou que a irmã está com pneumonia e ficou mais de três horas para ser atendida pelo médico. "Sexta-feira passada  vim com o meu filho de 17 anos, mas ele não foi atendido porque não tinha médico" relatou Florentina.

Uma jovem de 22 anos, que não quis ser identificada, contou que está grávida de oito meses e estava sentindo uma forte cólica, e mesmo falando sobre a urgência, não foi atendida prontamente.

Uma enfermeira que não quer ser identificada contou que os pacientes não entendem que após a triagem serão atendidos conforme o nível de emergência do caso, sendo separados por cor.

"Normalmente segunda-feira é o dia mais cheio, porque muitos querem o atestado de saúde e por isto negam ser atendidos nos ambulatórios com hora marcada, o que faz a fila aumentar e dificulta o nosso trabalho", justificou-se.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, o atendimento está normal e não há demora para a triagem.

"Eu não tinha conhecimento desta demora, porque tenho acompanhado pessoalmente. Quanto a espera da triagem tem sido rápida.  Não é normal que esteja demorando três horas, mas irei verificar o que aconteceu hoje. Quando falta médicos temos uma equipe de apoio que é chamada" respondeu o secretário.