Pai que foi preso por acorrentar filha respondia processo por maus-tratos
Na ocasião, a vítima contou que ela e seus irmãos eram constantemente agredidos pelo pai alcoólatra
O pedreiro de 32 anos preso em flagrante na noite do último sábado (4) por acorrentar a filha de 12 anos para impedi-la de sair com o namorado, também menor de idade, já respondia processo por maus-tratos contra a garota que na época tinha 8 anos. O caso foi registrado em maio de 2015.
Na ocasião, ouvidos em depoimento especial na delegacia, a menina e o irmão, que na época tinha 9 anos, contaram que os dois apanharam do pai porque tinham levado da casa da babá um celular velho para brincar em casa. Quando o pai viu o aparelho na residência, ficou furioso e deu uma surra neles utilizando uma corda e uma cinta de couro.
Os dois ficaram com vários hematomas pelo corpo. A menina contou também que quando o pai consumia bebida alcoólica agredia os filhos com socos, porradas e chutes. Quatro ano depois, quando foram novamente ouvidos pela polícia, os irmãos disseram que continuaram levando surras do pai, mas que há pouco mais de um mês as agressões haviam parado, pois ele passava por tratamento contra o alcoolismo.
Em agosto deste ano, foi a vez do pedreiro procurar a polícia para registrar que a adolescente havia fugido de casa, por volta das 16h do dia 28, somente com a roupa do corpo, para ficar com o namorado. O pedreiro relatou ainda que, o motivo da garota ter ido embora era porque ele não aceitava o relacionamento dos dois.
Naquele dia, a adolescente dormiu fora e só voltou para a casa no outro dia quando foi para a escola e a coordenação acionou os pais dela. Ao ser ouvida na delegacia, a vítima relatou que sofria agressões físicas e psicológicas tanto do pai quanto da mãe de 43 anos.
Caso - Na noite do último sábado (4), o pedreiro foi preso em flagrante por lesão corporal dolosa (violência doméstica) e maus-tratos ao levar a filha adolescente acorrentada na altura do pulso direito até o pelotão da Polícia Militar do Bairro Coophavila II. Ele queria ajuda dos policiais para evitar que a menina se encontrasse com o namorado. A adolescente já vinha sendo acorrentada e trancada na casa onde vive com os pais, mas mesmo assim havia conseguido fugir para ver o namorado.
No momento em que pai e filha chegaram ao pelotão, a menina estava com uma corrente na altura do punho. O próprio pai afirmou que havia acorrentado a filha para evitar que ela fugisse de casa. Ao ser questionada pelos policiais, ela afirmou que as agressões por parte do responsável eram frequentes. Mais cedo, a menina comentou com a família que estava grávida.
A menor, inclusive, apresentava hematomas na altura de um dos braços e pernas. Em razão do fato, o Conselho Tutelar foi acionado e o homem levado para delegacia. O homem passará por audiência de custódia na Justiça nesta segunda-feira (6), para definir se ficará preso esperando o andamento do inquérito e posterior processo ou se poderá responder em liberdade. O Campo Grande News tentou falar com o Conselho Tutelar, mas a ligação não foi atendida.