Pai que manteve filha como esposa durante 5 anos é indiciado por estupro
Auxiliar de serviços gerais está preso e filha aguarda decisão da Justiça em abrigo
A Polícia Civil indiciou por estupro de vulnerável, o auxiliar de serviços gerais, de 38 anos, que manteve a própria filha como esposa durante cerca de cinco anos. A garota, que atualmente tem 14 anos, foi quem denunciou o pai à polícia, depois de conseguir uma gravação em vídeo do crime.
De acordo com a delegada Marília de Brito Martins, da Depca (Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente), o caso foi encaminhado ao judiciário na última segunda-feira (5). O resultado do exame de corpo de delito, feito por médicos na menina, ainda não ficou pronto.
No entanto, a polícia anexou ao inquérito o relatório psicossocial, produzido com base no depoimento da garota, além do vídeo apresentado por ela e os resultados da perícia feita na residência do suspeito.
“Para nós, não restam dúvidas sobre a autoria. A cena que aparece no vídeo mostra claramente que foi gravado na casa dele, e assim que os exames ficarem prontos serão juntados ao inquérito”, disse a delegada.
O homem, que não terá a identificação divulgada nesta reportagem, para que se preserve a vítima, está preso desde o dia 28 de maio, depois que a menina apresentou um vídeo dos abusos praticados pelo pai, que, conforme as investigações, já mantinha com ela uma relação forçada de marido e mulher.
De acordo com a delegada, responsável por investigar o caso, a garota procurou a polícia no dia 21 deste mês, ao lado da mãe, que é usuária de drogas, e de quem havia sido afastada pela Justiça, por sofrer maus-tratos, omissão e negligência.
Na delegacia, a garota apresentou um vídeo em que o pai, no dia do aniversário dela, a estuprava dentro da casa onde os dois moravam, na região da Avenida Julio de Castilho. A mãe contou que a filha era abusada pelo ex-marido e pediu a prisão dele.
Com a prova nas mãos, a polícia acolheu a denúncia da garota e indiciou o pai por estupro de vulnerável. A menina também passou por exames de corpo de delito e foi encaminhada a um abrigo, já que não poderia conviver com a mãe, por conta de uma ordem da Justiça de 2015.