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Capital

Pilotos aceleram para fugir dos problemas ou para ir atrás do sonho profissional

Paula Maciulevicius | 29/05/2011 16:40

Crianças correm atrás de sonho profissional; adultos desafiam a velocidade para fugir dos problemas

Apaixonados pelo kart participam de Copa Fundesporte, abertura do Campeonato Estadual. (Foto: Simão Nogueira)
Apaixonados pelo kart participam de Copa Fundesporte, abertura do Campeonato Estadual. (Foto: Simão Nogueira)

O Kartódromo Ayrton Senna, no bairro Moreninhas em Campo Grande, recebe neste domingo a abertura do Campeonato Estadual, com a realização da 1ª etapa da Copa Fundesporte de Kart 2011. Com 33 pilotos da Capital, interior do Estado e até de Brasília, a pista ficou pequena, diante de tantos objetivos.

Dos pequenos aos adultos, a paixão pelo kart desperta em cada, um sentimento diversificado. O pequeno Regis Volpe, 11 anos, veste a camisa do exemplo que tem nas pistas, por baixo do uniforme de corrida, o piloto Ayrton Senna aparece, como um “amuleto” de sorte.

O garoto corre tem quase um ano, mas acumula vitórias que parecem ter mais tempo. O objetivo de ser profissional apareceu quando ele andou pela primeira vez, com um amigo, e desde então, não largou mais do que já virou sonho de carreira. Nos finais de semana, diversão e trabalho se encontram, o pai que vem assistir é o mesmo que prepara o kart. “Sou pai e mecânico, mas com exclusividade para esse aí”, brinca Odair Volpe.

Ele relembra que a brincadeira começou, virou esporte e agora é sonho de profissional. “Ele ganhou quatro etapas em 1° lugar. Com o bom rendimento, nós fomos investindo. Com 20 dias antes de começar o campeonato é que chegou o kart, ele nem ia entrar, mas foi e ganhou”, explica.

Vocação do garoto segue exemplo de ídolo. Regis sonha em ser piloto profissional. (Foto: Simão Nogueira)
Vocação do garoto segue exemplo de ídolo. Regis sonha em ser piloto profissional. (Foto: Simão Nogueira)

Regis foi campeão estadual 2010 na categoria cadete e se prepara para este ano entrar no Junior Menor. “Eu quero ser piloto de Fórmula 1”, responde com firmeza à pergunta do que quer ser quando crescer.

O pai acrescenta que tem tido ajuda de empresários e escolas, mas que o garoto precisa ir para São Paulo, participar de campeonatos fortes, explica.

Do sonho profissional à válvula de escape. A corrida, para antigos pilotos é sinal de distração dos problemas do dia-a-dia. O promotor de Justiça, Rodrigo Stephanini, explica que além de esquecer o estresse diário, correr é paixão. “Todo mundo tem uma vida estressante e precisa de uma válvula de escape”, resume.

“Comecei já velho, hoje em dia se começa com 6 anos”, brinca o promotor de Justiça, sobre o esporte que usa como “válvula de escape”. (Foto: Simão Nogueira)
“Comecei já velho, hoje em dia se começa com 6 anos”, brinca o promotor de Justiça, sobre o esporte que usa como “válvula de escape”. (Foto: Simão Nogueira)

Por curiosidade, o piloto começou a correr quando tinha entre 18 e 19 anos. “Comecei já velho, hoje em dia se começa com 6 anos”, brinca.

Usando a velocidade para fugir dos dilemas da vida adulta, Rodrigo Stephanini ainda aproveita para dar o recado, lugar de correr é pista de kartódromo. “Aqui a gente incentiva jovem e pai de jovens também, que venham acelerar aqui, em vez de ir onde não deve. A pista existe desde 1989, nunca morreu ninguém. Aqui que é lugar de corrida, com segurança”, ressalta.

Piloto experiente e com premiações na bagagem, Fábio di Cola, corre, entre idas e vindas, há 10 anos. Os títulos vão de vice campeão brasileiro, podium Chevrolet, bicampeão paulista e por oito vezes campeão estadual. Além de hobby, a velocidade também é saída para distração e onde descarregar as energias.

Feliz com colocação, piloto mirim exibe troféu. (Foto: Simão Nogueira)
Feliz com colocação, piloto mirim exibe troféu. (Foto: Simão Nogueira)

O profissionalismo, sonhado por muitos pilotos mirins, segundo Fábio está longe de ser alcançado no Estado. A falta de patrocínio e investimento transforma, segundo ele, tudo em amador. Para seguir carreira, além da vocação é preciso condição financeira. Em cima dos pilotos sonhadores, o experiente comenta, que o atual campeão estadual, Regis, tem futuro, se tiver patrocínio.

A garotinha Priscila Hisawatsu, com apenas 7 anos, corre desde os 4. Amante do kart desde pequena, ela relembra que pediu ao pai para que “soltasse da corda, que estava no kart, que ela ia então sozinha”.

A única menina na competição parece já estar acostumada. Quando questionada o que ela sentia quando escutava alguém falar: olha uma menina correndo, ela responde “sinto felicidade”, diz sorridente.

Nos finais de semana em que não está no kartodrómo é porque ocupa as pistas de São Paulo, local em que já participou de várias competições. “Pode até não ganhar, mas vale a pena correr”, ensina.

Com o desejo de também ser piloto profissional, a menina que aparenta fragilidade dentro do kart, já foi campeã quatro vezes.

Já campeão e recém premiado, Yuri Oliveira, 10 anos, exibe orgulhoso o troféu depois de alcançar o 4° lugar, na Copa São Paulo, na categoria cadete, neste final de semana. A disputa com 32 pilotos mirins do país inteiro, segundo ele, foi difícil.

A felicidade em ganhar e ver pela frente caminho de profissional, é mostrada com o troféu. “Meu sonho é sim, ser piloto de Fórmula 1”, finaliza.

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