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Capital

Para pediatras falta estímulo; para ortopedistas acidentes sobrecarregam

Nadyenka Castro e Mariana Lopes | 10/09/2012 08:38
O médico André Grava, da Sociedade de Ortopedistas. (Foto: Simão Nogueira)
O médico André Grava, da Sociedade de Ortopedistas. (Foto: Simão Nogueira)

Pediatria e ortopedia. Dois gargalos da saúde pública e privada. Alvos constantes de reclamações, ambas especialidades se defendem e dizem que é preciso melhorias nos dois sistemas de atendimento.

Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria em Mato Grosso do Sul, Alberto Cubel explica que falta estímulo aos especialistas na Capital. De acordo com ele, para cada 100 mil habitantes são necessários 20 pediatras.

Em Campo Grande, com 800 mil habitantes, há 300 profissionais para atendimento infantil e a necessidade é de 160. O que falta é estímulo para trabalhar nos postos de saúde.

"Os postos não têm atrativo para trabalhar, desde condições estruturais ao salário que oferecem, ao contrário dos hospitais, que tem um suporte melhor", diz Cubel.

Ortopedia - Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia, André Luis de Souza Grava diz que o “número de acidentes de trânsito é tão absurdo que sobrecarrega o sistema”.

De acordo com André Grava, a estrutura para atendimento em ortopedia aumentou, assim como a procura. “O sistema de saúde melhorou. Aumentou o número de médicos, de salas para atendimento. Melhorou muito, mas a demanda aumentou mais ainda”.

A violência no trânsito combinada com casos de agressão faz com que médicos que atuam nestas situações fiquem sobrecarregados. Além disso, causa desgaste nos pacientes que estão em atendimento e naqueles que esperam. “O médico fica sobrecarregado ao extremo e os pacientes tento desgaste emocional muito grande”, avalia o presidente da Sociedade de Ortopedia.

“Grande parte dos pacientes em ortopedia são vítimas de acidentes de trânsito. Maioria deles está relacionado com álcool, imprudência e excesso de velocidade”, relata o médico, com base no trabalho diário na Santa Casa de Campo Grande.

André Grava lembra ainda que tem aumentado o número de médicos, no entanto a estrutura dos hospitais não acompanha. “O médico atende. Aí tem que ter quarto, leito, respirador, anestesista”, fala como exemplo de que para haver eficácia no é preciso pensar na cadeia completa de atendimento.

Sobre a rede privada, o ortopedista lembra que a rede de atendimento é maior que na pública, no entanto, “nenhum convênio oferece atendimento completo de ortopedia” e aí, muita gente acaba parando no SUS (Sistema Único de Saúde), mas precisamente na Santa Casa, que é referência na especialidade. “Bem ou mal, é o hospital que tem toda a infraestrutura”.

De acordo com André Grava, muitas vezes, os convênios, lembra o presidente da Sociedade da Ortopedia, dificultam a realização de cirurgias se fosse pelo SUS seria mais rápido. “Há burocracia para autorização para exames, para materiais que os médicos pedem”, diz.

“No SUS o material fica disponível. É licitado, tem custo acessível. No caso de convênio, as vezes o médico pede material e o plano dificulta”, declara.

Segundo André Grava, em Mato Grosso do Sul são aproximadamente 200 ortopedistas, sendo 85 em Campo Grande, mas cerca de 20 deles não filiados à Sociedade Brasileira de Ortopedia.

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