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Capital

Paraíso de concurseiros, Capital virou ponto concorrido no mapa para morar

Forasteiros que conseguiram superar a concorrência e escolheram Campo Grande para viver, são só elogios

Anahi Zurutuza | 24/08/2019 07:35
Paraíso de concurseiros, Capital virou ponto concorrido no mapa para morar
Policial federal, Leila também é triatleta e pedala no Parque dos Poderes (Foto: Arquivo pessoal)
Policial federal, Leila também é triatleta e pedala no Parque dos Poderes (Foto: Arquivo pessoal)

A pouco mais de uma hora de voo de grandes centros como São Paulo e Rio de Janeiro e famosa por ser capital com cara de interior, Campo Grande virou o paraíso dos concurseiros. Os forasteiros que conseguiram superar a concorrência e escolheram a Capital para viver, são só elogios.

A fama de lugar bom para se viver refletiu nos números, as vagas em concursos quase sempre são bem disputadas. As demonstrações mais recentes de que não está fácil ser aprovado numa seleção na cidade foram as disputas para auditor fiscal e para diversos cargos na área da saúde oferecidos pela Prefeitura de Campo Grande, que atraíram 11 mil e 17 mil candidatos respectivamente. A concorrência do primeiro ficou em 800 candidatos para cada uma das 10 vagas – cerca de 2 mil faltaram à prova.

Cearense, Antônio Santana, de 49 anos, escapou da concorrência dos dias de hoje, veio parar na Capital pela primeira vez em 1998, quando se candidatou a vaga para a PRF (Polícia Rodoviária Federal). “Escolhi Campo Grande por causa da relação candidato/vaga, mas naquela época era o contrário, a média histórica era a menor, porque aqui era considerado um fim de mundo”.

Santana reprovou numa das fases do concurso, mas escolheu a Cidade Morena para viver mesmo assim, há 20 anos. Em 2005, foi aprovado no concurso para a PRF e por aqui continuou. “Me apaixonei pela cidade”.

Antônio Santana e a mulher na saída de pedal que fizeram da Capital à Jaraguari (Foto: Arquivo Pessoal)
Antônio Santana e a mulher na saída de pedal que fizeram da Capital à Jaraguari (Foto: Arquivo Pessoal)

O policial lembra que muita coisa mudou, inclusive a concorrência. “Hoje não é mais como foi na minha época. Muitos colegas escolhem a Capital pela proximidade com os grandes centros, mas acabam gostando muito de viver aqui”.

Acostumado ao clima do Nordeste, o PRF conta que quanto chegou parar morar, uma situação o fez querer voltar para Fortaleza (CE). “Peguei aquele frio do século, 1 grau negativo, não estava acostumado, eu não tinha uma roupa de frio e me deu vontade de voltar, mas passou”. Santana veio solteiro, casou-se, teve dois filhos, se separou e casou novamente em Campo Grande.

Amante da natureza, elege o Parque das Nações Indígenas como um dos pontos preferidos para ir aos fins de semana. “Sou ciclista amador e gosto de me juntar aos grupos de pedal para passeios rurais perto da cidade, Jaraguari, Rochedinho, Morro do Ernesto. O campo-grandense não conhece o que a cidade tem a oferece neste entorno. Para mim, para a Capital ser perfeita, falta só a praia”.

De boné vermelho, Leila se exercita num dos locais preferidos, o Parque dos Poderes (Foto: Arquivo pessoal)
De boné vermelho, Leila se exercita num dos locais preferidos, o Parque dos Poderes (Foto: Arquivo pessoal)

Leila Maria de Azeredo Santana, 44 anos, também é da turma dos concurseiros “mais antigos”. Carioca, vive em Campo Grande desde 2008, depois de ser aprovada em concurso para agente da Polícia Federal e passar dois anos em Corumbá. Veio sozinha, com três filhos a tira colo e a escolha foi pela distância, não queria ficar longe do Rio.

“Conheci a cidade quando vim fazer a prova, achei que era uma cidade menos evoluída, mais rural e tudo aqui me surpreendeu. Era um lugar bonito, arborizado”, conta quando veio à Capital pela primeira vez em 2004.

Foi em Campo Grande que Leila conheceu uma paixão, o triatlo, e é no Parque dos Poderes que ela pratica corrida e anda de bike. “Nunca tinha pensando em sair do Rio e hoje não me vejo fora daqui. Foi bem difícil no começo, as pessoas não são muito receptivas. O carioca é muito caloroso, no primeiro ano eu queria ir embora, mas depois que fiz amizades, eu resolvi ficar”.

Marina em passeio no Parque das Nações Indígenas, o queridinho de quem vem de fora (Foto: Arquivo pessoal)
Marina em passeio no Parque das Nações Indígenas, o queridinho de quem vem de fora (Foto: Arquivo pessoal)

A mineira Marina Bernardi Silveira, de 25 anos, chegou há um ano, nunca teve conhecidos por aqui e escolheu a Capital para prestar concurso por causa da fama de cidade pacata. Moradora de Frutal, interior de Minas Gerais, preferiu não mudar radicalmente o estilo de vida e Campo Grande caiu como uma luva. “Aqui posso morar próximo ao meu trabalho, me locomover facilmente, ir a bares, ao Parque das Nações com segurança”.

Formada em direito, ela é analista judiciária no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e estuda para ser juíza. Se puder, ficará por aqui.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quase metade da população residente em Campo Grande é nascida em outras localidades - é o 4º maior percentual entre as capitais.

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