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Capital

Árvore de vizinho causa transtornos para morador no Universitária

Paula Maciulevicius | 08/06/2011 08:03

Segundo morador, pé de Ingá compromete a estrutura da casa

Ao lado de casa, árvore provoca transtornos para vizinho. (Foto: Simão Nogueira)
Ao lado de casa, árvore provoca transtornos para vizinho. (Foto: Simão Nogueira)

Um pé de Ingá está trazendo transtornos para moradores da Avenida Souza Lima, no bairro Universitária, em Campo Grande. As raízes da árvore que fica no terreno do vizinho está causando rachaduras na calçada do “seo” Valmir. O problema tem se intensificado a ponto da casa estar cedendo para o lado direito.

A questão não é de agora, segundo o aposentado Valmir José da Silva, 56 anos, ele viu o pé crescer e agora sente as consequências dentro de casa. A sombra gostosa não é suficiente para compensar tanta dor de cabeça.

“Não adianta mexer na minha casa, reformar, porque o serviço é jogado fora, perdido”, conta Valmir.

O medo de a parede próxima a árvore ceder, assusta a secretária Célia da Silva, 46 anos. Ela conta que a estrutura da casa está dilatando e a impressão é de que um lado baixou. “O forro está desmembrando, está prejudicando tudo. Eu já reclamei no site da prefeitura para que eles venham aqui ver o que está acontecendo”, acrescenta.

A preocupação dos moradores não é só com as rachaduras em casa, como também pelos pedestres que circulam por ali. A Avenida dá acesso à escola e ao posto de saúde do bairro. “Eu me ofereço para ajudar no que for preciso, a providenciar a retirada da árvore, plantar outra, só queria resolver”, comenta Valmir.

As raízes do ingazeiro trincaram da calçada a varanda da casa de “seo” Valmir e dona Célia e estão pondo em risco toda estrutura da casa. “Já tivemos interesse de vender, mas não dá. Nós temos uma vida aqui”, comenta a secretária.

Morador mostra que portão já está afastado do muro, consequência da raiz do pé danificando a estrutura da casa. (Foto: Simão Nogueira)
Morador mostra que portão já está afastado do muro, consequência da raiz do pé danificando a estrutura da casa. (Foto: Simão Nogueira)

A árvore, segundo a vizinhança, pode invadir a tubulação de fossa. Na residência do aposentado, o padrão da casa teve que ser mudado, instalado no muro que sofre a consequência direta da árvore, a casa chegou a ficar por várias vezes, sem energia.

Segundo relato dos moradores ao Campo Grande News, a queda de luz era constante a ponto da empresa telefônica passar a cobrar pela manutenção. “Eles falaram que ia ter que começar a cobrar, de tanto que eles vinham aqui”, completa Célia.

No entardecer é que o problema se agrava, o pé de Ingá esconde a iluminação e deixa escuro o caminho de quem passa pela região. “A noite é um perigo. A luz não clareia nada e ainda corre o risco das pessoas tropeçarem na raiz. Essa árvore aí vai crescer muito mais”, fala Valmir.

Os “donos” da árvore, da casa em que o pé nasceu não têm do que reclamar. A sombra protege quem passa pela rua e os próprios moradores da residência. “Não incomoda, nunca incomodou, é um benefício. Aqui fica muito quente, a sombra ameniza”, responde a atendente de telemarketing Anaely Godoy da Silva, 19 anos.

Em relação à calçada, os moradores do lado de cá do ingazeiro, dizem que o problema é que ela não foi bem feita. Ainda de acordo com eles, a prefeitura já realizou podas, mas as últimas foram por conta deles mesmo.

“Eles [prefeitura] precisam ver um jeito de restaurar, mas tirar jamais”, declara Ana Godoy .

A vizinhança, dividida entre os moradores que “brigam” pela árvore, consideram que o “mal” não pode ser cortado pela raiz. “É um patrimônio não pode ser cortado. Pelo menos não sem autorização, é preciso fazer uma poda radical”, comenta o comerciante da rua, Gilson Ojeda, 43 anos.

Outro vizinho explica que tem conhecimento do transtorno que causa a Valmir e a esposa, mas que o caso precisa ser analisado. “Precisa conservar, arrumar, a gente vê aí tanta briga, até no Senado está sendo discutida a questão da preservação. A prefeitura pode resolver e de uma forma legal”, explica Carlos Bezerra, 51 anos.

O ponto de interrogação que não sai da cabeça do “seo” Valmir é como é que vai ficar quando as notificações sobre a regularização da calçada aparecerem. “Vamos ter que por piso tátil, mas como é que vai ser? Aí a prefeitura vai ter que tomar uma providência”, questiona.

“Nós só temos uma casa para morar, como ficamos?” finaliza Valmir.

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