Pela 2ª vez em menos de mês, polícia fecha boca de fumo e prende irmãos

Pela segunda vez em 22 dias, a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) fechou a mesma boca de fumo na Vila Santa Eugênio, em Campo Grande. O local era protegido como portas de ferro, que foram reforçadas para dificultar a entrada das equipes de investigação. Segundo a polícia, a casa funcionava como bunker para adolescentes venderem pasta base de cocaína.

Após várias denúncias sobre o tráfico na região, os policiais da delegacia especializada foram ao endereço no dia 11 de junho. Encontraram a entrada reforçada por porta de ferro, mas viram um usuário de drogas adquirindo porção de pasta base e decidiram entrar na casa. Três adolescentes estavam no local, foram apreendidos e contaram que a boca de fumo pertencia a dois irmãos – uma mulher de 50 anos e um homem de 71.

Os traficantes não foram encontrados e depois da análise do caso na justiça, os jovens foram liberados. Dias depois, novas denuncias por venda de drogas no mesmo local chegaram a delegacia especializada. Os policiais voltaram ao endereço e mais uma vez viram a movimentação de usuários.

Segundo o delegado Hoffman D’Avila Candido de Souza, os adolescentes repassavam as porções de drogas por uma abertura do portão, sequer abriam. A estrutura “segura” da casa, fazia do local um “bunker” para o tráfico.

Diante da situação, os policiais tentaram entrar na casa. Usaram equipamento para arrombar o portão, mas não conseguiram e precisaram pular o muro. Uma bomba de efeito moral também foi usada na ação. Dentro do quintal constataram que após o primeiro flagrante os traficantes reforçaram a entrada com barras de ferro.

Já na residência encontraram os mesmos adolescentes apreendidos no mês passado, a mulher de 50 anos e o irmão dela, de 71. Ele tentou fugir e pular o muro, mas não conseguiu em virtude a altura e acabou preso. Foram apreendidos ainda 35 porções de cocaína, porções de maconha, duas balanças de precisão e dinheiro fruto do tráfico, pouco mais de R$ 1,5 mil.

Foi constato ainda que no terreno há duas casas, uma era habitada pelos irmãos e a outra era exclusivamente para a venda de drogas. A proprietária, de acordo com o depoimento dos adolescentes, era a mulher. Por dia, eles passavam cerca de R$ 800 da venda dos entorpecentes para ela.

“Ela ganha 24 mil reais por mês corrompendo adolescentes, espalhando insegurança e vendendo drogas em Campo Grande”, afirmou o delegado. Os irmãos foram autuados em flagrante e passam por audiência de custódia. “Pedimos a prisão preventiva deles por tráfico de drogas, associação para o tráfico e corrupção de menores”.

Para Hoffman a prisão da mulher é essencial, já que ela ganha a vida com o crime, introduzindo jovens no tráfico e causando insegurança no bairro. Os adolescentes foram enviados para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).