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Capital

Pela cidade, flagrantes de quem ignora restrições e mantém rotina

Clientes aproveitam liberação de bares e restaurantes e mantém rotina de contato, sem preocupações

Silvia Frias e Daniella Errobidarte | 21/03/2020 14:50
Na Rua Ana Luiza de Souza, no Pioneiros, movimento intenso em bares (Foto: Marcos Maluf)
Na Rua Ana Luiza de Souza, no Pioneiros, movimento intenso em bares (Foto: Marcos Maluf)

Para alguns moradores de Campo Grande, nem parece que a cidade vive período de restrições impostas pela crise pandêmica mundial do novo coronavírus (Covid-19). Em vários bairros, o que não faltou foi aglomeração, contato físico e desrespeito ao decreto de fechamento de lojas comerciais.

Em pé, escorados no portão, o casal José Jenuíno, 75 anos, e Valdomira Simão, 73 anos, observava a movimentação na Rua Ana Luiza de Souza, no bairro Pioneiros, hábito antigo, mas que apesar de mantido, sofreu alterações. “Eu nem estou ficando muito aqui, agora não pode nem pegar na mão”.

No bar, funcionário de máscara para atender os clientes (Foto: Marcos Maluf)
No bar, funcionário de máscara para atender os clientes (Foto: Marcos Maluf)

O casal tinha elementos para se distrair: o vai e vem na rua era intenso, concentrado principalmente em trecho de cinco quadras onde estão em funcionamento mercados, farmácia, conveniência, bares e até salão de beleza e barbearia, os dois últimos, sem permissão de funcionamento por força de decreto municipal.

Para atividades essenciais, como mercados e restaurantes, embora o funcionamento esteja permitido, há limitações para minimizar o contato físico e, assim, restringir o possível contágio pelo vírus. Porém, não era o que se via.

No supermercado, a movimentação dos clientes era livre, sem qualquer restrição na entrada ou controle. Muita gente entrava na conveniência, comprava marmita, mas não se preocupava em ir embora: logo encontrava um conhecido, parava, conversava, sem preocupação com distância.

Na Rua Itapemirim, bares e conveniências lotados (Foto: Marcos Maluf)
Na Rua Itapemirim, bares e conveniências lotados (Foto: Marcos Maluf)

Dos que estavam na rua, a reportagem constatou que três se lembravam do novo coronavírus e saíram de máscara.

Nas Moreninhas, mercado localizado na Rua Itapemirim fazia controle dos clientes do lado de fora, porém, sem que estipulassem distância mínima entre eles.

Ao longo da via, vários bares colocaram mesas do lado de fora, todas, ocupadas pelos clientes que foram degustar a cerveja do fim de semana. Nas mesas ou dentro dos estabelecimentos, nem sinal de álcool em gel ou algum aviso sobre cuidados com a infecção por coronavírus.

Os clientes se aglomeravam nas calçadas, compartilhando a garrafa de cerveja e conversando despreocupadamente.

No bairro Cidade Morena, a cena se repetiu. Além da movimentação no comércio, grupos sentados nas varandas das casas, conversando.

Mas não foi somente nos bairros que a população ignorou os pedidos de evitar aglomeração. Na região central na Avenida Calógeras, a movimentação no Alemão Conveniência foi idênticia a qualquer sábado. Na Avenida Mato Grosso, quase esquina com a Rui Barbosa, três amigos estavam em um café, sentados em distância não recomendável, aproveitando o sábado.

Na Vila Glória, no tradicional Vitorino´s, o almoço foi servido, mas o último, segundo o proprietário Vitorino Fernandes. Ele disse que irá fechar o estabelecimento e obedecer a quarentena, apesar do decreto permitir o funcionamento de restaurantes. "Seguir as orientações por precaução", disse.

O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), disse hoje que analisa decretar toque de recolher justamente por ter notado que muita gente não está respeitando as restrições e ignorando risco de contágio.

Na conveniência do centro, aglomeração de todos os sábados (Foto: Marcos Maluf)
Na conveniência do centro, aglomeração de todos os sábados (Foto: Marcos Maluf)


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