Perfil de pai amoroso nas redes contrasta com crime brutal contra mãe e bebê
João postou desde o nascimento na sala de parto, criando uma imagem de afeto que ruiu com assassinato
Nas redes sociais, João Augusto Borges, de 21 anos, era pai extremamente carinhoso, imagem que torna ainda mais difícil acreditar em tamanha brutalidade que o levou a matar bebê e a mãe da criança, estranguladas e carbonizadas.
RESUMO
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Em um chocante caso de violência em Campo Grande, João Augusto Borges, de 21 anos, confessou ter assassinado sua filha de 10 meses e a companheira Vanessa Machado, de 23 anos. O crime contrasta com a imagem de pai amoroso que ele mantinha nas redes sociais, onde compartilhava frequentemente momentos com a bebê. Os corpos foram encontrados carbonizados em um matagal no Bairro Indubrasil. Segundo a polícia, Vanessa foi morta com um golpe mata-leão e a criança foi esganada. O autor confessou que cometeu o crime para evitar o pagamento de pensão alimentícia, após desejar encerrar o relacionamento.
Quase todas as publicações em seus perfis eram dedicadas à filha de 10 meses. Na apresentação, tanto de Facebook como Instagram, ele já se coloca como "pai" e nas fotos demonstra felicidade com a paternidade. Aparece beijando a bebê, em outras postagens faz declarações de amor e registros do crescimento da criança.
A menina ganhou todo o espaço que até então era preenchido por outra paixão: o Exército. João não escondia o desejo de ser militar e ostentava imagens uniformizado, dos tempos de serviço obrigatório.
A companheira, Vanessa Machado, de 23 anos, seguia o mesmo padrão, mas com uma paixão diferente além da filha: os animes. A jovem morava longe dos pais em Campo Grande e desde julho do ano passado vivia para a criança. A menina ganhou até perfil nas redes sociais, com 94 publicações, mais do que as do perfil da mãe.
Vanessa postava cada evolução da criança. A última foi dos primeiro passou, há uma semana, com apenas 10 meses de idade.
A pequena estava quase caminhando sozinha quando foi assassinada pelo pai na tarde de ontem, ao lado da mãe. Em seguida, ele ateou fogo nos corpos e os abandonou em um matagal no Bairro Indubrasil.
O crime foi revelado horas depois, já na manhã de terça-feira (27), quando os corpos carbonizados foram encontrados por policiais militares após denúncia de incêndio em área de vegetação. Vanessa teria sido morta com um golpe de mata-leão, e a bebê, esganada. A polícia acredita que o local foi usado apenas para ocultar os corpos.
João, atualmente, trabalhava em uma distribuidora de bebidas. Fingiu estar preocupado com o sumiço das duas, foi até a polícia e acabou preso no momento em que registrava o desaparecimento das vítimas na 6ª Delegacia de Polícia Civil, no Jardim Tijuca.
A equipe da Delegacia de Homicídios já havia identificado indícios de sua participação e o rapaz acabou confessando o crime. Segundo ele, o motivo seria o desejo de encerrar o relacionamento e evitar o pagamento de pensão alimentícia.
Em vídeo que circula pelas redes, João diz que “cansou” do relacionamento e que não havia mais química com a companheira. Ao ser questionado por um policial sobre a motivação do crime, chega a citar “influência de uma mulher do trabalho”, mas nega que ela tenha incentivado os assassinatos.
O casal estava oficialmente junto até o momento do crime, sem registros recentes de rompimento, segundo familiares de Vanessa. Mesmo com uma suposta traição no final de 2023, ela teria optado por perdoar e continuar o relacionamento.