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Capital

PF liberou uso de arma a policial que matou vizinho com 4 tiros, diz polícia

Bruno Chaves | 25/03/2014 17:07
Ex-policial executou vizinho com 4 tiros e fugiu logo em seguida (Foto: Pedro Peralta)
Ex-policial executou vizinho com 4 tiros e fugiu logo em seguida (Foto: Pedro Peralta)

A Polícia Federal renovou, em janeiro deste ano, o porte da arma de fogo do policial civil Carlos Roberto Cerqueira, 56 anos, aposentado por invalidez por esquizofrenia, que matou, ontem, o vizinho Rodrigo José Rech, 31, com quatro tiros. Os dois tinham uma rixa por causa de um imóvel. O crime chocou a vizinhança da Rua Zola Cícero, no Monte Castelo, em Campo Grande.

Conforme o delegado que investiga a morte, Weber Luciano de Medeiros, o porte de arma de Carlos Roberto foi renovado pela Polícia Federal em janeiro deste ano. “Parece que a Polícia Federal não tinha conhecimento dos problemas mentais dele. Inclusive, já tenho conhecimento que foi instaurado um procedimento para apurar omissão e falsidade ideológica dele [Carlos Roberto]”, disse Medeiros.

Segundo o assessor de comunicação da Polícia civil, delegado Venizelos Papacosta Filho, Carlos Roberto foi aposentado em 18 de abril de 2000 e não tinha arma da corporação. “A arma dele é particular. Inclusive, ele tem porte”, afirmou. Ontem, ainda no cenário do crime, o delegado Medeiros revelou que há dois meses ingressou com pedido de busca e apreensão para retirar o revólver de Carlos Roberto. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça.

A Polícia Federal informou, por meio da assessoria de imprensa, que Carlos Roberto não possui porte de arma, mas sim registro. “Em consequência das ações dele [Carlos Roberto], foi instaurado um processo de cassação de registro de arma em fevereiro desse ano”, afirmou a assessoria.

O setor de comunicação da Polícia Federal ainda revelou que Carlos Roberto foi notificado sobre o processo de cassação de registro de arma, mas entrou com recurso de defesa. Ainda de acordo com a assessoria, mais detalhes sobre o porte e/ou registro de arma de Carlos Roberto teriam que ser obtidos com o delegado de Polícia Federal José Otacílio Della-Pace. No entanto, ele não foi encontrado para explicar o caso.

Ainda na cena do crime, delegado Medeiros revelou que pediu busca e apreensão de revólver, mas Justiça não acatou (Foto: Pedro Peralta)
Ainda na cena do crime, delegado Medeiros revelou que pediu busca e apreensão de revólver, mas Justiça não acatou (Foto: Pedro Peralta)
Revoltado, irmão da vítima disse que ex-policial andava armada pelo bairro e que fato pode ser comprovado por câmeras de segurança (Foto: Pedro Peralta)
Revoltado, irmão da vítima disse que ex-policial andava armada pelo bairro e que fato pode ser comprovado por câmeras de segurança (Foto: Pedro Peralta)

Procurado – Enquanto as polícias trabalham no caso de Carlos Roberto, ele continua foragido depois de executar o vizinho. De acordo com testemunhas, ele entrou no carro da família e fugiu logo depois de atirar contra o comerciante Rodrigo José Rech.

De acordo com o delegado Medeiros, o policial aposentado é procurado por investigadores de duas delegacias da Capital. “Quando passar o período do flagrante, vou entrar com pedido de prisão preventiva”, disse.

“Ele deve estar muito bem escondido porque desde ontem passei a identificação dele, assim como a placa e os detalhes do veículo, e até agora não foi encontrado”, emendou o delegado Medeiros.

Ex-policial está foragido e abandonou casa com os dois filhos (Foto: Pedro Peralta)
Ex-policial está foragido e abandonou casa com os dois filhos (Foto: Pedro Peralta)

Crime e rixa antiga – Rech foi executado com quatro tiros. Conforme o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), a vítima foi atingida por três disparos na cabeça e um no peito.

Documentos na Polícia Civil informam que a briga entre as duas famílias teve início em 2007 quando um abaixo assinado contra a perturbação do trabalho e do sossego foi apresentado na polícia.

Ao todo, até o dia da morte de Rech, foram 34 boletins de ocorrências registrados. Um acusava o outro de ameaça, dano, perturbação e outros. Em 2007, foram dois registros. Em 2008, apenas um. Em 2009, também só um boletim foi confeccionado.

Já em 2012, foram três registros. Em 2010, esse número subiu para 10. Esse ano, 2014, até o momento da morte, foram 17 boletins de ocorrências: oito registrados em janeiro, quatro em fevereiro e cinco em março.

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