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Capital

Polícia ouve filhos de idosa abandonada em meio a fezes e sem água em casa

Mulher foi resgatada pela SAS e caso é investigado pela polícia

Dayene Paz | 18/08/2022 10:57
Banheiro da casa onde mora a idosa, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)
Banheiro da casa onde mora a idosa, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

A Polícia Civil ouve nesta quinta-feira (18) os filhos da idosa, de 74 anos, encontrada abandonada, em condições insalubres, na tarde desta quarta-feira (17), na Vila Nathália, região do bairro Portal Caiobá, em Campo Grande. Ontem, a própria idosa contou que tem três filhos, mas que dois trabalham muito e o outro estava internado.

O caso chegou ao conhecimento da polícia pelo Disque 100 e o delegado Camilo Kettenhuber, da 6ª DP (Delegacia de Polícia), foi ao local. Ao constatar a situação, a idosa foi resgatada pela SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) e aberto inquérito policial. Ontem mesmo o delegado afirmou que foi ao local ver "com os próprios olhos" e que ouviria os filhos. Eles podem responder por abandono de vulnerável.

A idosa, que tem como renda uma pensão no valor de um salário mínimo, mora em uma casa popular que ganhou em sorteio da Prefeitura há 7 anos. No quarto, há urina e fezes no colchão onde ela dorme e no chão. A mulher informou que tem diabetes grau 3, o que prejudicou sua visão, não toma banho há mais de três dias e só consegue ter acesso a isso com ajuda de vizinhos.

O cabelo está tomado de piolhos. A casa está muito suja, não há roupas limpas e a pia da cozinha está cheia de louças com restos de comida, servindo de criadouro para bichos; mesma situação da geladeira, onde há alimentos podres.

Ela contou à polícia que não aguenta ir ao mercado por conta de um problema no joelho, que dificulta sua locomoção e, por isso, quando consegue, pede para que mantimentos sejam entregues na casa. No entanto, sem água, não consegue lavar os utensílios, nem cozinhar.

Uma equipe da UBS (Unidade Básica de Saúde) da região esteve no endereço para checar as condições da idosa. Desde 2020 a idosa não vai até um posto de saúde para pegar remédios que ela deveria estar usando continuamente para tratar diabetes e hipertensão. O titular acionou a SAS para que a idosa fosse retirada da casa.

Família - A mulher também não tem telefone, por isso não consegue ter contato com os filhos, que são três. De acordo com ela, dois são casados e moram nas Moreninhas e, o mais novo, está internado em uma clínica de reabilitação há 1 ano. “Meus filhos trabalham muito e não tem tempo de vir aqui, por isso faz tempo que não vejo eles”, relata a idosa.

A última vez que ela falou com um dos filhos foi há 5 meses, por telefone emprestado por um vizinho. Três meses atrás um agente de saúde notificou a residência pelas condições precárias há três meses. Nada foi feito até então.


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