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Capital

Policial militar afirma que tiro em passageiro de carro foi reação à roubo

Aline dos Santos e Viviane Oliveira | 11/10/2011 11:26
Carro foi apreendido e levado para a Depac/Centro. (Foto: Pedro Peralta)
Carro foi apreendido e levado para a Depac/Centro. (Foto: Pedro Peralta)

O policial militar que baleou o passageiro de um Gol no bairro Zé Pereira afirma que o disparo foi uma reação ao que considerou ser um assalto.

Na versão do integrante do serviço reservado da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais), relatada em depoimento à Polícia Civil, o Gol emparelhou com o Uno que conduzia.

Ele conta que estava em deslocamento e que o veículo é uma viatura descaracterizada. Quando passava pelo cruzamento da avenida José Barbosa Rodrigues, próximo à avenida José de Alencar, o carro bateu na lateral do Uno.

Conforme o policial, o condutor desceu do Gol e teria dito “encosta que é um assalto”. O policial desceu empunhando a arma e se identificou. Neste momento, ele viu o passageiro do banco de trás mexendo em alguma coisa. O pm achou que era uma arma e disparou. Nova, a via não tem iluminação e o veículo tinha insulfilme, prejudicando a visão.

Em seguida, o condutor e o ocupante do banco do carona retornaram para o Gol. O policial achou que eles estavam fugindo e os seguiu. O trio parou no posto policial do bairro Coopatrabalho, onde foi chamado socorro para o baleado.

Comparadas as versões do policial e de uma testemunha, somente o fim é igual. Ainda conforme o policial, a perseguição durou dez minutos.

No relato do pedreiro Obadias Vianna Rodrigues, de 27 anos, passageiro do banco do carona, o disparo foi efetuado depois de um acidente de trânsito, ocorrido por volta das 20h na avenida José de Alencar.

O Gol estava a 100km/h quando sofreu aquaplanagem e bateu na lateral do Uno.

Os condutores não pararam os veículos, apenas reduziram a velocidade. Em seguida, na versão de Obadias, o condutor do Uno, que seguia atrás do Gol, disparou.

O tiro acertou as costas do passageiro Thalys Wanderson Hormumg Lima, de 24 anos. “Íamos para o posto de saúde da Vila Almeida. Mas percebemos que estávamos sendo seguidos e fomos para o pelotão policial do Coopatrabalho”, relata.

No local, o condutor do Uno desceu e se identificou como policial militar. O baleado foi levado para a Santa Casa e já teve alta. A bala ficou alojada na barriga. Thalys já cumpriu pena por crime de receptação.

Condutor do Gol, Luiz Carlos estava foragido desde julho do regime semiaberto. (Foto: João Garrigó)
Condutor do Gol, Luiz Carlos estava foragido desde julho do regime semiaberto. (Foto: João Garrigó)

Foragido – Já o condutor do Gol, Luiz Carlos Dias de Almeida, de 24 anos, estava foragido desde julho do regime semiaberto. Ele cumpria pena por homicídio e roubo. Luiz Carlos ficou preso, enquanto Obadias e Thalys foram liberados. Não foi encontrada nenhuma arma com os ocupantes do Gol.

O veículo pertence à mãe de Luiz Carlos. A comerciante conta que usa o carro para trabalhar e diz ter orientado o filho a não voltar à prisão. O motivo é um tratamento de tuberculose.

De acordo com o delegado da Depac/Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), Divino Furtado Mendonça, o caso foi registrado como tentativa de roubo e será repassado para a Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), que vai concluir se foi tentativa de roubo ou briga de trânsito.

Quanto ao policial, que não teve o nome divulgado, o delegado afirma que cabe à Polícia Militar abrir procedimento administrativo.

Oficial – A PM divulgou nota de esclarecimento sobre o caso. Conforme a corporação, o Gol emparelhou com a viatura descaracterizada e bateu na lateral, forçando a parada. A nota reproduz a versão do policial apresentada na delegacia. Sobre a parada no pelotão da PM, o documento informa que os três resolveram se entregar durante a fuga.

O comando vai instaurar procedimento administrativo. Como de praxe, a pistola usada pelo policial foi recolhida até o término das investigações. O PM será afastado das funções.

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