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Capital

Postura "temerária", diz associação sobre policial penal que atirou em PM

Associação também classificou como "despreparada" a reação do policial penal

Adriano Fernandes | 31/07/2021 20:33
 Postura "temerária", diz associação sobre policial penal que atirou em PM
Marca de tiro no vidro do veículo do policial militar. (Foto: Henrique Kawaminami)

A Aspra-MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) classificou como "despreparada" e "temerária" a postura do policial penal, Jonildo Domingos da Silva, de 41 anos, que no fim da manhã desta sexta-feira (30), atirou no veículo do policial militar Carlos Henriques, na Avenida Eduardo Elias Zahran. Em nota de repúdio, a associação comenta que o agente excedeu os limites das suas funções, e lembrou que o policiamento das ruas e avenidas da Capital, é responsabilidade do Batalhão de Trânsito.

"Sob a alegação de que o Soldado PM estaria dirigindo em zigue-zague, o agente, ao invés de acionar o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar de MS, realizou uma abordagem e desferiu um tiro contra o motorista, atitude que ultrapassa os limites de suas atribuições no âmbito da segurança pública estadual", diz a nota.

Após a confusão, o policial penal alegou ter agido em legitima defesa e indicou que o motorista do carro atingido andava “de forma anormal, ultrapassando sinal vermelho e realizando manobra perigosa” antes da abordagem. Pelo disparo, o policial penal foi preso em flagrante.

"A Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Mato Grosso do Sul (ASPRA-MS), repudia a atitude e reitera que os agentes penitenciários são responsáveis por manter a ordem e disciplina no interior das unidades prisionais, bem como no âmbito externo dos presídios, e não para exercer poder de policiamento nas ruas e muito menos está apto para desempenhar a fiscalização de trânsito", completa a nota.

Conforme a associação, o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública no estado de MS é de competência da Polícia Militar. "Sendo assim, além de exercer a sua formação de maneira incorreta, o agente teve uma postura temerária e disparou um tiro contra o motorista para conter a suposta arbitrariedade no trânsito. Uma situação que, por muito pouco, não terminou em homicídio do policial e/ou de outras pessoas que por ali passavam, pois o tiro entrou na janela traseira, transfixou o banco do passageiro e passou de raspão pelo casaco que o Soldado PM usava no momento", completa a nota.

A Aspra-MS também chamou a atenção para o risco que o disparo em plena Avenida Zahran, às 8h, representou aos outros motoristas e disse que está dando todo o apoio jurídico ao policial Carlos Henriques, que é lotado no 9º Batalhão da PM.

"Ainda que nenhuma circunstância justifique o disparo de arma de fogo contra o condutor do veículo, trabalharemos para que todas as situações relatadas sejam apuradas e que o Agente Penitenciário seja responsabilizado por essa atitude, que acreditamos ser isolada dentro da instituição Agepen/MS", concluiu a nota.

O caso - Jonildo interceptou o veículo do policial, sob a alegação de que Carlos estava andando em zigue-zague na avenida. O autor do tiro alegou ainda ter avistado o motorista em atitude suspeita, colocando a mão na perna, retirando arma de fogo. Jonildo teria se apresentado como policial penal, também sacando arma de fogo. Após se proteger na parte de trás do veículo, o autor disparou contra o vidro do passageiro, que acabou furando um dos bancos e parando na porta do motorista.

Carlos também teria se identificado como policial, quando foi retirado do carro e jogado ao chão. Segundo ele, a arma que possui estava em sua cintura. Equipes da Policia Militar, Civil e Perícia estiveram no local. Após ser ouvido, Carlos foi liberado, enquanto Jonildo foi autuado em flagrante por disparo de arma de fogo.

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