Pouco conhecido, mercado-escola tem alimentos orgânicos de R$ 5 a R$ 10
Feira reúne agricultura familiar e economia criativa, com preços acessíveis e foco em sustentabilidade
Unir alimentação saudável, sem agrotóxicos, a preços acessíveis é uma das propostas do Mercado Escola da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). A feira, realizada todas as quintas-feiras no campus Cidade Universitária, em Campo Grande, comercializa frutas, verduras e legumes frescos a valores que variam entre R$ 5 e R$ 10, direto das mãos de pequenos produtores da agricultura familiar.
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O Mercado Escola da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) oferece produtos orgânicos a preços acessíveis, com valores entre R$ 5 e R$ 10. A feira, realizada às quintas-feiras no campus Cidade Universitária em Campo Grande, comercializa alimentos frescos diretamente de pequenos produtores da agricultura familiar. O projeto pioneiro no país conta com 34 produtores selecionados e vai além das hortaliças, incluindo produtos agroindustrializados, artesanato e culinária regional. Embora aberto ao público, o mercado tem como principais frequentadores a comunidade acadêmica, que representa 80% dos compradores.
Apesar de ser aberto ao público, o espaço ainda é pouco conhecido fora da comunidade acadêmica e tem como principal público alunos, professores e servidores da universidade. Mas para quem procura produtos frescos e ecológicos, o mercado é uma alternativa com preço justo e uma oportunidade de apoiar a produção local.
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A coordenadora do projeto, Aline Gomes, explica que a iniciativa é inédita e pioneira no país. Segundo ela, o movimento tem sido frequente, especialmente no horário do almoço, mas a maioria dos clientes ainda é da universidade.
“Quanto ao público, cerca de 80% vêm da própria universidade, embora o espaço seja aberto à comunidade em geral. O movimento é maior no horário de almoço, após as aulas da manhã, e também no fim da tarde, a partir das 16h30. Fora desses horários, há uma circulação constante, mas sempre com vendas efetivas, já que quem vem procura comprar e valoriza os produtos. Aqui não há a prática de ‘pechinchar’: o público entende o valor da arte, da agricultura familiar e das histórias por trás de cada negócio”, destaca Aline.
A feira funciona todas as quintas-feiras, das 10h30 às 18h30, com variedade que vai além das hortaliças. “Vai de hortaliças até produtos agroindustrializados, como salame, queijos, temperos, rapadura e doces de leite. Todos têm regularização sanitária, o que dá segurança a quem compra. No caso de produtos de origem animal, há também inspeção específica”, detalha Aline.
Além da agricultura familiar, o espaço reúne artesanato, cosméticos artesanais, sabonetes, joias produzidas a partir de moedas antigas e pratos da culinária regional, como macarrão pantaneiro, arroz carreteiro e comidas típicas paraguaias.
Segundo ela, 34 produtores foram selecionados em edital que recebeu mais de 150 inscrições. O período de participação é de 12 meses, com acompanhamento técnico e treinamentos.
“A gente tem uma atenção direcionada para cada um desses projetos, para cada um desses negócios. Tem cooperativa, tem associação, mas tem também pessoas que estão começando sozinhas. Temos coletivos e o nosso objetivo é que, ao longo desses 12 meses, a gente consiga desenvolver esses negócios para que eles não precisem mais estar aqui daqui a 12 meses. Então, nosso foco é o desenvolvimento desses produtores e desses negócios, para que consigam acessar mercados formais”, explica Aline.
Direto da horta – Entre os participantes está a família de Marlene Azambuja, de 38 anos, e Jair Azambuja, de 44 anos, que há 15 anos trabalha com orgânicos certificados em Campo Grande. No Mercado Escola, eles vendem hortaliças frescas cultivadas em assentamento cedido pela prefeitura, com foco no sistema agroecológico.
“A proposta aqui é desenvolver o nosso trabalho, somar com eles, trazer o nosso projeto e mostrar à sociedade, à comunidade e aos demais produtores que é possível produzir sem agrotóxicos e sem agredir o meio ambiente, de forma ecologicamente correta”, explica Jair.
A banca da família oferece opções como alface (americana, crespa, roxa e mimosa) a R$ 5; rúcula, espinafre, chicória e almeirão a R$ 6; além de cenoura, beterraba, brócolis e tomate por R$ 10. Toda semana, eles trazem novidades — recentemente venderam romã e amora.
Para Marlene, participar do projeto é também pensar no futuro dos filhos, Lavínia, de 17 anos, e Victor, de 11. “A gente está aqui hoje, pensando no futuro. Uma empresa aberta para os nossos filhos; queremos que eles deem continuidade a tudo isso”, afirma.
Ela garante que os alimentos chegam frescos ao consumidor. “Hortaliças, em geral, estão todas fresquinhas, orgânicas e 100% saudáveis. Pode consumir sem medo no suco verde detox. Tá maravilhoso e tem que aproveitar bastante”, diz Marlene.
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