Praças "esquecidas" do Arnaldo Estevão de Figueiredo viram depósito de entulhos
No local há árvores condenadas, poucos recursos disponíveis à população e brinquedos quebrados
Os moradores do Bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo I e II, pedem a assistência da Prefeitura de Campo Grande para cuidar das praças e espaços públicos da região. Além dos restos de material de construção, há entulhos, árvores condenadas aguardando por poda, poucos recursos disponíveis à população e brinquedos quebrados , que oferecem risco à saúde e à integridade de crianças.
Maria Auxiliadora Arruda de Lima, mora no bairro há 30 anos, em frente a praça das Mangueiras, fruto de uma parceria da Prefeitura com os moradores e com uma operadora de celular, em 2016. Ela relatou ao Campo Grande News que pede à gestão municipal, há muito tempo, a troca dos brinquedos de ferro quebrados da área infantil .
“O que eu pedi e foi protocolado na prefeitura foi o reparo dos brinquedos do parquinho que estão soltos. Está perigoso. As crianças brincam aí e não tem jeito, mas é perigoso. Além desses de ferro, tem os de madeira que tinham seis anos de validade, mas já expirou né. Vem muita gente aqui. Vem do Damha, dos predinhos, eles adoram. É um lugar agradável, eles podiam dar uma força pra gente. Eles não estão vindo. A última vez que vieram foi em julho”, comentou.
Sobre a necessidade da poda, a moradora evidenciou que duas árvores estão condenadas, de acordo com o Corpo de Bombeiros, por cupins, portanto precisam ser retiradas. “Tem coisa que a gente junta aqui mesmo, porque ninguém joga muito lixo. A gente tem um acordo, mas tem coisas que não tem como resolver, como poda de árvores, troca de brinquedos. Mas além de arrumar queremos a manutenção. Agora está assim, a gente fica triste. Nossa parte a gente tá fazendo agora, a parte da prefeitura vir aqui arrumar está largado”, disse.
Maria Auxiliadora participou da revitalização da praça em 2016, na época os moradores escolheram como gostariam que o local fosse. “Queríamos campo de futebol, pista de caminhada, plantas, aérea para cesta de basquete. A gente está preservando nesses seis anos. Não tem muito lixo, mas é porque a gente insiste para eles virem aqui”, finalizou.
Outros relatos - Wallace José, de 24 anos, também expressou a insatisfação com as praças do bairro. O estudante de audiovisual na UFMS relatou que o espaço público em frente a casa do jovem é a mais simples do local. “É a praça mais feia do bairro. O máximo que fizeram aqui foi colocar luz e cortar o mato de vez em quando. Não tem drenagem de água aqui”, comentou.
Na Praça B. Arnaldo Figueiredo, revitalizada em 2006, Guiomar Aparecida da Silva, de 53 anos, reafirmou que são os próprios moradores que mantém o local, mas que ela adora o bairro.
“Quando vou com meus netos fico catando os lixos lá. Não tem tanto não. Na questão de manter, os moradores fazem isso. Moro há 8 anos, sempre soube que era a gente que mantinha. É muito bom aqui, cada espaço tem uma praça ou área verde”, revelou.
Outra moradora do bairro, que preferiu ter a identidade preservada, expôs, que a população não colabora com a limpeza. “Tem gente que joga lixo de criança. Tira a fralda e joga aí no chão. O povo não ajuda. Meu marido limpa aqui. Eu não jogo lixo, acho uma falta de respeito. Isso daí são os próprios moradores. A prefeitura faz a parte dela, vem de três em três meses. O que tem aí são do povo mesmo. Moro há 33 anos aqui. Pessoal vai fazer obra joga na praça. isso não se faz. Aqui não é lugar!”, criticou.
A leitora, Cristina Lemos, contatou o Campo grande News, através do canal Direto das Ruas, para alertar sobre a falta de manutenção do bairro. De acordo com ela, muitas praças estão largadas, com mato alto e poucos recursos disponíveis à população. “Não têm pista de caminhada em uma, tem outra que só tem balanços, que os próprios moradores devem ter feito com pneus de carros, além do mato alto em outra”, disse. Confira o vídeo.
Na praça Arnaldo de Figueiredo, feita em novembro de 2008, o residente, Adriano de Freitas, de 45 anos, mora no bairro desde 2001 e contou que a situação está tranquila na opinião do morador. “Ta tranquilo, os lixos a gente mesmo pega quando tem algo no chão. A presidente da associação de moradores é bem atenciosa, se preocupa até com as outras praças que ela não é responsável. Ela pede limpeza para a prefeitura”.
A Presidente da AMCAEF (Associação dos Moradores do Arnaldo Figueiredo II), Maria Conceição, explicou que possui a responsabilidade de manter apenas algumas áreas do bairro.
“Da rua dos médicos para lá não é dos meus cuidados, nós temos ofício da prefeitura falando que estão com poucos funcionários, ainda devido a Covid-19, mas eles fazem sim, demora mas vem. Tá normal, estão vindo fazer a limpeza, eu até peço pra limpar a outra praça que não é minha responsabilidade, o povo precisa deixar a gente trabalhar”, comentou.
Em resposta ao Campo Grande News, a Prefeitura de Campo Grande informou que segue uma programação periódica de manutenção das praças e parques da cidade com intervalo médio de 45 dias. A prefeitura não informou que se há previsão para revitalizações das praças no bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo I e II.
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