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Capital

Prefeitura começa vacinação de comunidades quilombolas contra a covid

Expectativa é imunizar 230 pessoas até sexta-feira (26)

Paula Maciulevicius Brasil | 24/03/2021 17:57
Dona Isaulda exibindo comprovante da primeira dose da vacina contra a covid-19. (Foto: Divulgação)
Dona Isaulda exibindo comprovante da primeira dose da vacina contra a covid-19. (Foto: Divulgação)

"Sopro de esperança no meio de tantas notícias ruins". É assim que Isaulda Teodorino da Silva se sente depois de ser vacinada contra a covid-19. Nascida e criada na Chácara Buriti, ela foi a primeira quilombola da comunidade a ser vacinada na Capital. "Fico muito feliz e me sinto protegida, mesmo sem nenhum caso ter ocorrido próximo a mim", completa.

Nesta quarta-feira (24), a Prefeitura Municipal de Campo Grande começou a imunização em três comunidades. A expectativa é de vacinar 230 pessoas até a próxima sexta-feira (26).

Segundo o subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos Amadeu Borges, o resultado dessa ação é uma união de forças para assegurar a vacina aos quilombolas. “Sabemos que a desigualdade é crescente em nosso País, sendo mais acentuada na população negra. A conquista desse direito é resultado de toda uma mobilização de representantes das comunidades quilombolas que levaram a pauta ao Governo Federal, e a partir de hoje, assegura a vacinação de idosos e pessoas com comorbidades dessas comunidades”, diz.

Avós, Ana e Jair não veem a hora de ter os netos por perto. (Foto: Divulgação)
Avós, Ana e Jair não veem a hora de ter os netos por perto. (Foto: Divulgação)

Agricultor que também vive na comunidade, Ademir da Silva Rosa, diz que mesmo não sabendo de nenhum caso da covid na vizinhança, é importante estar imunizado. "Cultivo milho, banana, quiabo e mandioca e, ora ou outra precisamos sair daqui ou receber pessoas aqui para buscar esses alimentos, sendo esses os momentos do risco de contaminação. Hoje me sinto privilegiado em estar sendo vacinado".

De acordo com a Prefeitura, mais 10 quilombolas da Comunidade São João Batista também foram vacinados na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do Jardim Botafogo. Um dos fundadores, Jair Bispo da Silva, de 66 anos, e sua esposa, Ana Maria Cabral da Silva, contam que estavam em isolamento desde o início da pandemia. "Falamos com netos, bisnetos e alguns filhos somente por telefone. Quem sabe agora podemos começar a pensar em como tê-los por perto com mais segurança", afirma o casal.

A vacinação segue até sexta-feira com quilombolas das comunidades São João Batista e Tia Eva. Após a conclusão dessa etapa da vacinação, com prioridade aos idosos e pessoas com comorbidades, a Coordenadoria Municipal de Políticas de Promoção Racial vai solicitar ao Governo do Estado novas doses para imunizar o restante de quilombolas de Campo Grande.

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